sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Ateliê de casa cheia

Subir ao palco para estrear um espetáculo é, realmente, um dos maiores desafios para o artista. Embora este seja o seu grande momento, aquele em que ele trabalhou dias, meses, para receber minutos de aplausos, a insegurança, os desafios que este novo trabalho impõe, as inevitáveis discussões, o nervosismo e o frio na barriga potencializado nesta primeira apresentação, fazem desta estreia algo inesquecível. Embora estes detalhes não estejam evidentes aos olhos do público, é interessante pensar que grandes artistas não nascem prontos para subir ao palco e vivem num processo infinito de dançar, dançar e dançar.

Cena de Pormenores, de Alex Neoral; ao fundo,
a violinista da Osesp, Soraya Landim

Cena de Mamihlapinatapai, de Jomar Mesquita

Trecho de Mamihlapinatapai

Para os bailarinos da São Paulo Companhia de Dança, dirigida por Inês Bogéa, não é diferente. Todo o processo de criação das coreografias do 1º Ateliê de Coreógrafos Brasileiros, apresentado nos últimos dias 12 e 13 de dezembro no Teatro GEO, foi feito num intercâmbio e diálogo aberto entre os bailarinos e os coreógrafos. Ao assistir, é possível reconhecer o perfil do coreógrafo mesclado à peculiaridade e estilo dos bailarinos impressos em cada uma das obras. “A qualidade técnica dos bailarinos me impressionou muito. Eu adorei o espetáculo”, comenta a médica Caroline Chaves.

Azougue, de Rui Moreira; na foto, Yoshi Suzuki,
Artemis Bastos e Rafael Gomes 

Trecho de Azougue
 Tanta atenção aos detalhes dos movimentos resultou em casa cheia nos dois dias de apresentação, com ingressos esgotados. O público aplaudiu as obras apresentadas na sequência: Pormenores, de Alex Neoral; Mamihlapinatapai, de Jomar Mesquita; e Azougue, de Rui Moreira, que passam agora a fazer parte do repertório da São Paulo. “A música, o desenho de luz, a leveza do tecido do figurino, os movimentos coreografados, tudo se torna único em uma só magia. Saio deste espetáculo extasiada por sentir tudo isso”, confessa Rosemary Silva, que esteve presente na estreia. Antes das coreografias do Ateliê, foi apresentado Bachiana nº1, de Rodrigo Pederneiras, que estreou no início do ano.

Livros, programas de sala e folders infantis da SPCD
estavam à venda no stand da Companhia 

Teatro lotado nos dois dias de apresentações
A diretora da SPCD, Inês Bogéa, durante
entrevista para o canal Arte 1

 Marcela Benvegnu, Inês Bogéa e Antonio Magnoler

O secretário de cultura, Marcelo Araújo conferiu a estreia do Ateliê

 
Jomar Mesquita aguarda o início do espetáculo


 
Rui Moreira e Luiz Arrieta 

O coreógrafo Alex Neoral



 

 Por Bruno Alves, de São Paulo 


segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Audição 2013 | Balanço geral


Banca de jurados: (da esquerda para direita)
Ana Tereza Gonzaga, Inês Bogéa,
Karina Mendes e Marcela Benvegnu

A Audição da SPCD | Temporada 2013 terminou no final da tarde de sábado após uma intensa maratona de aulas e aprendizado do repertório. Dos 77 candidatos (44 mulheres e 33 homens) selecionados para a 2ª fase, seis candidatos chegaram à final: Isabela Maylart, Olívia Nogueira, Geivison Moreira, Jaruam Miguez, Leony Boni e Welber Pacheco. Eles  foram avaliados por uma banca composta pela diretora artística da SPCD, Inês Bogéa;  pela coordenadora de ensaio, Karina Mendes; pela ensaiadora Ana Tereza Gonzaga, e pela coordenadora de Educativo e Memória, Marcela Benvegnu.

Homens fazem aquecimento antes do início das atividades

A Audição teve início na sexta-feira, 7, às 14h com aula de balé clássico para as mulheres, ministrada pelo professor José Ricardo Tomaselli. Às 15h30, foi a vez dos homens encararem a aula de balé clássico na mesma sequência que a das mulheres.


Candidatos durante aula de contemporâneo

Beatriz Hack e Diego de Paula ensinam trechos
do Grand Pas de Deux de O Quebra-Nozes

Bailarinos aprendem trecho de Gnawa, de Nacho Duato
Após as primeiras eliminações, homens e mulheres aprenderam um trecho de In The Middle, Somewhat Elevated, de William Forsythe; e do Grand Pas de Deux de O Quebra-Nozes, de Marius Petipa, orientados pela bailarina e assistente de ensaio, Beatriz Hack, e pelo bailarino Diego de Paula, para apresentar à banca. As atividades se encerraram às 19h45 com 14 pessoas selecionadas: sete homens e sete mulheres, seguiram para a 3ª fase, no sábado, 8.
Depois de um dia inteiro dedicado ao repertório clássico, na 3ª fase das audições foi a vez dos bailarinos mostrarem sua verstilidade com as coreografias do repertório contemporâneo da Companhia. Após o aquecimento e a aula de Jhean Allex, 12 seguiram na disputa. Eles ensaiaram trechos de Bachiana nº 1, de Rodrigo Pederneiras; Inquieto, de Henrique Rodovalho e  Gnawa, de Nacho Duato.
Terminados os testes, seis bailarinos foram finalistas e seguiram para o exame médico e avaliação de RH. Agora, aguardam uma ligação da SPCD para saber se, realmente, passam a integrar a equipe no próximo ano. Os nomes devem ser divulgados até o final da semana vem. É torcer e aguardar. 
 Conheça os finalistas: 

Olívia Nogueira


Isabela Maylart


Welber Pacheco


Geivison Moreira

Jaruam Miguez


Leony Boni

Por Bruno Alves, de São Paulo

sábado, 8 de dezembro de 2012

Não foi dessa vez

Ninguém gosta de ouvir um “não”. Fato. Afinal, ele vem carregado de frustração e decepção para quem almeja e trabalha firme para alcançar seu objetivo. Aqui na SPCD, o “não” prevaleceu para a maioria dos candidatos desde a 1ª fase. Saber ouvi-lo não é um exercício fácil, mas muitos bailarinos se mostram preparados e saem com a cabeça erguida e dispostos a encarar novamente a próxima maratona de testes para ingressar na São Paulo Companhia de Dança.
A bailarina Fernanda Tarosso Silva, 24, já esperava pelo “não” quando viu o nível das bailarinas que competiam. “Já espera por isso quando vi as outras meninas na barra. Saio com a cabeça erguida, mas é impossível não ficar um pouco chateada”, lamenta Fernanda. “Eu sempre vou para Audições preparada para ouvir um ‘não’”, conclui. Já Gabriela Mattos, 22, tentou uma vaga na Companhia pela primeira vez, mas também não passou para a 3ª fase. “Eu nunca havia feito Audição na São Paulo, mas estou feliz por ter tentado e chegado até aqui”, comenta Gabriela. “Eu não estava nervosa. Me senti bem e ouvir o ’não’ também não foi o fim do mundo. Vou me preparar para voltar preparada e com mais bagagem da próxima vez. Ganhei experiência, isso é o que importa”, finaliza.


Fernanda Tarosso Silva, candidata nº 13, não foi selecionada


"Estou feliz por ter chegado até aqui", diz Gabriela Mattos

Por Bruno Alves, de São Paulo

Dançando em casa


Alexandre Carvalho tenta entrar novamente
para a SPCD

É fato que a maioria dos candidatos, pelo menos uma vez, já participou de uma Audição da SPCD. Porém, é a minoria que já entrou, saiu, e, agora, tenta novamente uma oportunidade para retornar aos palcos pela Companhia. Alexandre Cardoso de Carvalho, 24, garantiu uma vaga na equipe na primeira Audição da SPCD, em 2008. Permaneceu durante três anos e, no fim de 2010, resolveu alçar novos voos e deixar a Companhia. “Todo artista necessita experimentar outras coisas em sua carreira. Eu fui para os Estados Unidos, fiquei um tempo por lá, dancei e, depois de dois anos fora, venho tentar a Audição da SPCD com uma outra visão de mundo e com um peso artístico mais apurado”, confessa Anderson. “A SPCD é uma das maiores companhias de dança do Brasil e reconhecida mundialmente. Eu nunca me senti desconectado da Companhia e espero, realmente, que eu volte a fazer parte da equipe”, conclui. 


Por Bruno Alves, de São Paulo

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

3ª fase - FINAL

E a Audição 2013 não para! Depois de aulas na barra, de balé clássico, e ensaios das coreografias do repertório clássico da Companhia, entre elas In The Middle, Somewhat Elevated, de William Forsythe, e Grand Pas de Deux de O Quebra-Nozes, de Marius Petipa, eis que os 14 candidatos (sete homens e sete mulheres) prosseguem para a 3ª fase do processo seletivo da SPCD. Nesta etapa, os bailarinos interpretam coreografias do repertório contemporâneo da Companhia. Boa sorte a todos!
 

Os 14 bailarinos ensaiam a coreografia de
Grand Pas de Deux de O Quebra Nozes

Os bailarinos Diego de Paula e Beatriz Hack
ensinam a coreografia aos candidatos



Por Bruno Alves, de São Paulo

Tente outra vez...



Olívia Nogueira chega para assinar a
lista de presença para a Audição

Como todo bom brasileiro, Marília Guilharducci, 28, não desiste nunca e tenta pela terceira vez entrar para a equipe da São Paulo Companhia de Dança. “Eu estive presente na primeira audição que a Companhia realizou, em 2008. Fui uma das finalistas, mas infelizmente não deu certo”, lamenta Marília, que ficou uma temporada na Alemanha, estudando na Universidade  de Dança, Música e Artes Cênicas de Mannheim. Retornou ao Brasil e, atualmente, dança na Cisne Negro Cia. de Dança. Marília está hoje na sede da SPCD para tentar novamente uma vaga. “Foi a única vez que consegui chegar à final. Já me deram um respaldo de que eu sou muito alta, mas mesmo assim eu não desisto”, insiste Marília.
 Caso parecido é o da bailarina Olívia Pureza Nogueira, 21, de São Paulo. “É a terceira vez que tento entrar para a Companhia. Nas audições de julho, fiquei entre as quatro finalistas, achei que já estava dentro”, comenta Olívia, que acredita que a São Paulo Companhia de Dança é o lugar perfeito para ela amadurecer profissionalmente. “Sinto que estou mais tranquila desta vez do que nas outras, acho que porque já fiquei um pouco calejada de ouvir um ‘não’, o que é bom para amadurecer”, reflete. Olívia tem passagens pela Cisne Negro Cia. de Dança, Companhia Brasileira de Danças Clássicas, Especial Academia e Pavilhão D.


Olívia Nogueira durante aquecimento para a Audição 2013


Por Bruno Alves, de São Paulo

Da Romênia para a SPCD


a bailarina romena Nicoleta Munteano Macedo
tenta uma vaga na SPCD pela primeira vez


Sair do país de origem não é nada fácil. Que o diga a bailarina romena Nicoleta Munteano Macedo, 23, que se apaixonou por um brasileiro, casou e fixou residência há dois anos no Brasil. “Vim mais por causa do meu marido, mas gosto muito daqui”, diz Nicoleta enquanto se aquece para participar da 2ª fase das Audições 2013 da SPCD. “Quero dar segmento a minha carreira de bailarina”, fala Nicoleta. “Fui bailarina clássica na Romênia e já dancei em temporadas num navio. Estou muito ansiosa e tenho esperança de entrar para a Companhia”, completa a bailarina que tenta uma vaga na equipe da São Paulo Companhia de Dança pela primeria vez.


A bailarina Nicoleta Macedo assina a lista de presença 

Por Bruno Alves, de São Paulo

Audição 2013 - Início

Nossa equipe está trabalhando a todo vapor para recepcionar os bailarinos que chegarão daqui a pouco à SPCD para participar da 2ª fase da Audição | Temporada 2013. Só para você entender melhor, na 1ª fase é feita uma seletiva com base em currículos, fotos e vídeos encaminhados à Companhia.
Após este processo, os bailarinos selecionados comparecem na sede da SPCD, no 1º andar da Oficina Cultural Oswald de Andrade, na data estipulada, para participar da 2ª fase, que compreende aulas de balé clássico para meninas e para os meninos, separadamente, no qual o júri já seleciona e elimina candidatos.
Os remanescentes participam depois de uma aula de repertório, no qual aprendem as coreografias encenadas pela Companhia e recebem o resultado se foram ou não aprovados para a 3ª fase do processo seletivo, que acontece no dia seguinte. Nesta etapa, todos os candidatos participam de uma aula de contemporâneo e de repertório além de uma avaliação de RH, para enfim escolher quem, de fato, fará parte do quadro de bailarinos da SPCD.  
Boa sorte a todos!

Por Bruno Alves, de São Paulo

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Temporada Pré-GEO


Jomar Mesquita com a bailarina Michele Molina
durante ensaio de Mamihlapinatapai
Prestes a apresentar o 1º Ateliê de Coreógrafos Brasileiros, nos dias 12 e 13 de dezembro, às 21h, no Teatro GEO, a equipe da São Paulo Companhia de Dança segue com a adrenalina típica de quem aguarda ansiosamente a chegada da data de apresentação de seu primeiro espetáculo. Não é por menos. Afinal, são três novas coreografias, que integrarão o repertório da SPCD a partir destas datas. São elas, Pormenores, Azougue e Mamihlapinatapai. Os responsáveis por criar e dar vida a estas obras são os coreógrafos Alex Neoral, Rui Moreira e Jomar Mesquita, respectivamente.
Michelle Molina em ensaio de Mamihlapinatapai

“Eu já conhecia a excelência técnica dos bailarinos da SPCD, mas não imaginava que fosse tão fácil trabalhar com eles. Primeiro porque a linguagem a qual a gente propôs é totalmente diferente do universo clássico que eles estão inseridos”, comenta Mesquita, que assina a obra Mamihlapinatapai. “É muito bom ver a maneira como eles estão dispostos, o tempo todo, a fazer e a experimentar, disponíveis e motivados a trabalhar. Isso faz com que o processo fique mais gostoso pra gente também”, diz. A obra baseia-se na relação intensa de um homem e uma mulher, que não se concretiza por falta da iniciativa de ambos.


A violonista Soraya Landim fará participação ao vivo
em Pormenores, de Alex Neoral; ao fundo, os bailarinos
Ana Paula Camargo e Samuel Kavalerski
Assim como Mamihlapinatapai, cada coreografia apresenta um universo diferente da dança proposto pelos artistas, o que evidencia a versatilidade dos bailarinos da Companhia. “Os bailarinos possuem uma linguagem corporal muito diversa, isso facilita muito para o criador. Eles têm um preparo de organização, disponibilidade para experimentar o novo, o que me deixou muito tocado e feliz com o processo”, comenta Rui Moreira, que assina Azougue. Nela, Moreira apresenta características da cultura afro-brasileira. “Escolhi uma trilha que remete à afro brasilidade traduzida pela sonoridade dos tambores advindos do continente africano, que podemos reconhecê-los também dentro de algumas manifestações brasileiras de berço, como o maracatu”, explica. 
Samuel Kavalerski e Ana Paula Camargo
durante ensaio de Pormenores
Em Pormenores, Alex Neoral constrói um trabalho baseado nos detalhes dos movimentos O pas de deux se consolida como uma característica forte da montagem. “Nesta obra, trabalhamos com duos, as alavancas e seus desencadeamentos, uma característica que resultou numa peça que fala muito do ‘dois’, desse contraponto de duas pessoas em uma”, explica Neoral. “É uma honra saber que meu nome consta na lista de coreógrafos brasileiros da SPCD, ao lado de nomes como o de Rodrigo Pederneiras”, conclui.

Yoshi Suzuki e Rafael Gomes durante o ensaio de Azougue



Características da cultura afro brasileira estão presentes
em Azougue, de Rui Moreira
Os ingressos para o 1º Ateliê de Coreógrafos Brasileiros podem ser adquiridos no site www.showcard.com.br. Os valores vão de R$ 5 (meia entrada) a R$ 10 (inteira).













Por Bruno Alves, de São Paulo 

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Um solo para Soraya


A violinista Soraya Landim durante ensaio realizado na SPCD;
ao fundo, os bailarinos Thais de Assis e Nielson Souza

Os detalhes dos movimentos são o ponto-chave da obra Pormenores, criada pelo coreógrafo Alex Neoral para a São Paulo Companhia de Dança como parte do programa Ateliê de Coreógrafos Brasileiros, com estreia marcada para os dias 12 e 13 de dezembro, às 21h, no Teatro GEO. Pormenores é uma obra intimista marcada pela intensidade dos duos, ou pas de deux, uma característica forte do trabalho de Neoral, que utilizou para a trilha sonora dois concertos para violino solo de J. S. Bach (1685-1750): Andante da Sonata nº2 e Sarabande da Partita nº1. A responsável por dar vida a estes clássicos no espetáculo é a violinista Soraya Landim, que esteve esta semana na São Paulo Companhia de Dança para acertar os últimos detalhes de sua participação.

Samuel Kavalerski e Ana Paula Camargo dançam a coreografia
Pormenores, de Alex Neoral

“É a primeira vez que executo um trabalho solo no violino em meio aos bailarinos. A linguagem é diferente e ao mesmo tempo instigante, porque estou aprendendo muito com eles e tentando fazer esta fusão do meu trabalho com a dança”, conta Soraya. “Andante da Sonata nº2 e Sarabande da Partita nº1, de Bach, são peças do repertório clássico. É interessante executá-las e, ao mesmo tempo, assistir aos bailarinos interpretando as obras barrocas num formato contemporâneo”, diverte-se.
“A intenção da coreografia é que ela toque e emocione a plateia por meio do movimento feito por dois corpos que estão unidos”, explica Neoral.  “É como se o público fosse um voyer. A entrada da música ao vivo auxiliará na transmissão dessa atmosfera mais intimista”, conclui. O convite de Soraya para participar ao vivo do espetáculo partiu de Inês Bogéa, diretora artística da SPCD, que é mantida pelo Governo do Estado de São Paulo. “Já conhecia o trabalho da Companhia e sabia da credibilidade de seus trabalhos. Porém, fiquei impressionada durante o processo de como cada detalhe é levado a sério. O nível da dança por meio do balé do Estado é realmente admirável”, elogia.
A violinista acerta os últimos detalhes de sua apresentação
Os ingressos para o espetáculo do Ateliê de Coreógrafos Brasileiros no Teatro GEO já estão à venda e disponíveis no site www.showcard.com.br. Além de Pormenores, de Alex Neoral, serão apresentadas também as obras Azougue, de Rui Moreira, e uma coreografia de Jomar Mesquita ainda sem nome definido. A obra Bachiana nº1, de Rodrigo Pederneiras, que estreou no 1º semestre deste ano, fecha a programação do espetáculo.
Em cena, os bailarinos Ana Paula Camargo, Nielson Souza, Samuel Kavalerski e Thais de Assis
dançam as obras de J.S. Bach para violino solo

Por Bruno Alves, de São Paulo

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A dança por trás das lentes

Evaldo Mocarzel, diretor dos filmes Quebradeiras, À Margem do Lixo, Cuba Libre, Encontro das Águas e outros títulos que engordam seu currículo, recebeu convidados, amigos e parceiros ontem, na sala 6 do Espaço Itaú de Cinema do Shopping Frei Caneca, durante pré-estreia do documentário São Paulo Companhia de Dança. O filme entra em cartaz no próximo dia 23 e conta a história dos primórdios da Companhia, em 2008, narrado por uma sucessão de imagens sem diálogos nem entrevistas, partindo da ideia de que a arte dos movimentos fala por si só. Antes da exibição, Mocarzel proferiu algumas palavras seguido da diretora artística da SPCD, Inês Bogéa, que destacou sobre a importância do filme para a Cia. e a paixão pela dança compartilhada por ela e pelo diretor. 
Inês Bogéa, diretora da SPCD, e Evaldo Mocarzel
durante o discurso de abertura

“O Evaldo procurou a Companhia para conversar sobre algumas ideias que ele tinha sobre a dança, uma paixão comprimida que ele ansiava em compartilhar com o público. Cinco anos depois nós o convidamos para um novo trabalho, a direção do Canteiro de Obras 2012, uma linguagem experimental dessa arte que fascina e move nós dois”, comenta Inês sobre o novo projeto do diretor, Ensaio Sobre o Movimento e tem estreia marcada para o dia 15 de dezembro, às 2h, na madrugada de sábado para domingo, na TV Cultura. “Nesse segundo trabalho procuramos reproduzir frases coreográficas do clássico ao contemporâneo, pinçadas pela Inês (Bogéa). Além disso, colocamos os bailarinos para criar movimentos nos arranha-céus e nos topos de edifícios para associar a imagem da Companhia com a da cidade”, explica Mocarzel sobre o novo projeto, com trailer exibido antes do filme.
Após o discurso de abertura, deu-se início à sessão. Durante os 71 minutos de exibição do São Paulo Companhia de Dança o público pôde conhecer o processo de nascimento e construção de uma coreografia, os anseios, receios, superação, descontração e a árdua rotina de trabalho dos bailarinos da São Paulo para alcançar o resultado almejado, no qual o corpo é instrumento de trabalho e a própria obra. A palavra é meramente acidental no documentário, que desconstrói a obra Polígono (2008), de Alessio Silvestrin, a primeira criação coreográfica da companhia, com imagens dos ensaios das aulas de balé clássico e dança moderna.
Bailarinos da SPCD aguardavam o início da sessão

“Achei que fosse um documentário específico sobre balé clássico. Conheço pouco o balé contemporâneo e fiquei muito interessada. O filme realmente não precisa de palavras, pois a dança fala por si só. Eu sou apaixonada”, conta a aluna de balé Tereza Leal, 14, da Studio K. A turismóloga Maria José Giaretta compareceu na pré-estreia para agregar um material novo à sua tese de doutorado em ciências sociais com pesquisa em turismo, cultura e dança. “O documentário revela muito os bastidores da dança, que pouca gente conhece”, comenta Maria José. “É muito bacana perceber o casamento da linguagem do corpo com o movimento e a loucura da cidade”, complementa a turismóloga, sobre o trailer de Ensaio Sobre o Movimento.

Por Bruno Alves, de São Paulo

terça-feira, 13 de novembro de 2012

CEU de crianças



Alunos do ensino fundamental foram o
principal público

O teatro do CEU Tiquatira ficou pequeno para a quantidade de crianças e alunos de escolas da rede municipal e estadual de ensino, que estiveram por lá para participar do Espetáculo Aberto Para Estudantes, promovido pela São Paulo Companhia de Dança, no último dia 12, às 15h. Na ocasião, os pequenos puderam conferir as coreografias de Dois a Dois (Grand Pas de Deux de O Quebra Nozes, de Marius Petipa e Lev Ivanov, e Grand Pas de Deux de Dom Quixote, de Petipa); Gnawa (Pas de Deux), de Nacho Duato; e Ballet 101, de Eric Gauthier. Entre o intervalo das coreografias, foi exibido o vídeo Vida de Bailarino, abordando o cotidiano dos bailarinos da Companhia seguido de uma interação educativa ministrada por Inês Bogéa, diretora artística da SPCD.


Animação e ansiedade momentos
antes da apresentação

A performance dos bailarinos surpreendeu e inspirou as crianças após o espetáculo




"O espetáculo é lindo! Eu gostei de tudo principalmente do Dom Quixote. Nesta coreografia, os bailarinos fizeram movimentos diferentes e estavam supersincronizados”, comenta Poliana Teixeira, aluna da Escola Estadual Sérgio da Costa. O Grand Pas de Deux de Dom Quixote, foi protagonizado pelos bailarinos Thamiris Prata e Norton Fantinel. Além deles, Karina Moreira e Yoshi Suzuki, encenaram o Grand Pas de Deux de O Quebra-Nozes, Paula Penachio e Ed Louzardo o pas de deux de Gnawa e, para fechar, Diego de Paula dançou o Ballet 101


Yoshi Suzuki e Karina Moreira em cena de Dois a Dois
(Grand Pas de Deux de O Quebra Nozes)

Norton Fantinel e Thamiris Prata encenaram o Grand Pas de Deux de Dom Quixote




A diretora da Cia., Inês Bogéa, ministrou uma atividade interativa com os alunos


No fim da apresentação, Inês Bogéa, acompanhada dos bailarinos, abriu espaço para perguntas do público. O espetáculo surpreendeu os menores, que chegaram a questionar até se os bailarinos eram de verdade. “O espetáculo é espetacular!”, exclamou a professora Jandiara de Lima Bugan numa proposital redundância. “Eles nem piscaram e chegaram a perguntar até se os bailarinos eram de verdade. Foi necessário chamá-los novamente para eles conferirem de perto. Foi muito divertido”, conclui.


Ed Louzardo e Paula Penachio durante o pas de deux de Gnawa

Diego de Paula em Ballet 101, de Eric Gauthier


Por Bruno Alves, de São Paulo