quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A dança por trás das lentes

Evaldo Mocarzel, diretor dos filmes Quebradeiras, À Margem do Lixo, Cuba Libre, Encontro das Águas e outros títulos que engordam seu currículo, recebeu convidados, amigos e parceiros ontem, na sala 6 do Espaço Itaú de Cinema do Shopping Frei Caneca, durante pré-estreia do documentário São Paulo Companhia de Dança. O filme entra em cartaz no próximo dia 23 e conta a história dos primórdios da Companhia, em 2008, narrado por uma sucessão de imagens sem diálogos nem entrevistas, partindo da ideia de que a arte dos movimentos fala por si só. Antes da exibição, Mocarzel proferiu algumas palavras seguido da diretora artística da SPCD, Inês Bogéa, que destacou sobre a importância do filme para a Cia. e a paixão pela dança compartilhada por ela e pelo diretor. 
Inês Bogéa, diretora da SPCD, e Evaldo Mocarzel
durante o discurso de abertura

“O Evaldo procurou a Companhia para conversar sobre algumas ideias que ele tinha sobre a dança, uma paixão comprimida que ele ansiava em compartilhar com o público. Cinco anos depois nós o convidamos para um novo trabalho, a direção do Canteiro de Obras 2012, uma linguagem experimental dessa arte que fascina e move nós dois”, comenta Inês sobre o novo projeto do diretor, Ensaio Sobre o Movimento e tem estreia marcada para o dia 15 de dezembro, às 2h, na madrugada de sábado para domingo, na TV Cultura. “Nesse segundo trabalho procuramos reproduzir frases coreográficas do clássico ao contemporâneo, pinçadas pela Inês (Bogéa). Além disso, colocamos os bailarinos para criar movimentos nos arranha-céus e nos topos de edifícios para associar a imagem da Companhia com a da cidade”, explica Mocarzel sobre o novo projeto, com trailer exibido antes do filme.
Após o discurso de abertura, deu-se início à sessão. Durante os 71 minutos de exibição do São Paulo Companhia de Dança o público pôde conhecer o processo de nascimento e construção de uma coreografia, os anseios, receios, superação, descontração e a árdua rotina de trabalho dos bailarinos da São Paulo para alcançar o resultado almejado, no qual o corpo é instrumento de trabalho e a própria obra. A palavra é meramente acidental no documentário, que desconstrói a obra Polígono (2008), de Alessio Silvestrin, a primeira criação coreográfica da companhia, com imagens dos ensaios das aulas de balé clássico e dança moderna.
Bailarinos da SPCD aguardavam o início da sessão

“Achei que fosse um documentário específico sobre balé clássico. Conheço pouco o balé contemporâneo e fiquei muito interessada. O filme realmente não precisa de palavras, pois a dança fala por si só. Eu sou apaixonada”, conta a aluna de balé Tereza Leal, 14, da Studio K. A turismóloga Maria José Giaretta compareceu na pré-estreia para agregar um material novo à sua tese de doutorado em ciências sociais com pesquisa em turismo, cultura e dança. “O documentário revela muito os bastidores da dança, que pouca gente conhece”, comenta Maria José. “É muito bacana perceber o casamento da linguagem do corpo com o movimento e a loucura da cidade”, complementa a turismóloga, sobre o trailer de Ensaio Sobre o Movimento.

Por Bruno Alves, de São Paulo

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