quinta-feira, 23 de maio de 2013

Por trás das lentes

A paixão pela dança move um mundo. Um mundo onde convivem não apenas bailarinos, mas diversos outros profissionais, que depositaram nesta arte a experiência e o trabalho de uma vida toda. 

Partindo deste ponto de vista e de como o bailarino pode cruzar a linha do palco sem perder o vínculo com a dança, a SPCD criou o PDHFAD (Programa de Desenvolvimento das Habilidades Futuras do Artista da Dança). Neste programa a SPCD abre espaço para que os bailarinos possam desenvolver outras habilidades profissionais ligadas à área da dança, como ensaiadores, auxiliares de ensaio, professores, fotógrafos, desenhistas, pesquisadores e coreógrafos.

O PDHFAD foi peça chave para a bailarina Michelle Molina olhar a dança sob outra perspectiva. Bailarina na Companhia desde os primórdios, em 2008, Michelle conta que se preocupava com o momento em que tivesse que parar de dançar e buscava, inconscientemente, alguma outra paixão ligada à dança. Encontrou. “Essa vontade de fotografar surgiu na Companhia, quando uma bailarina trouxe a máquina fotográfica em uma das aulas e eu peguei emprestado para fazer fotos do ensaio”, conta a bailarina.

“Eu já fazia parte do PDH de coreografia e fiquei sabendo que havia um de fotografia também, e fui fazer”, revela Michelle, que considera necessário um entendimento sobre a técnica da dança para fotografar a arte. “Acho necessário ter dançado um dia e conhecer a técnica para você ser uma boa fotógrafa de dança. Você conhece os passos, a coreografia e sabe quando um bailarino está torto ou não e se a estética daquele movimento está de acordo. Quem não entende de dança não percebe, mas nós sabemos muito bem a diferença”, diverte-se.

Porém, a câmera de Michelle não direciona seu foco somente no movimento. Além dele, a concentração e as expressões dos bailarinos no palco são uns de seus focos prediletos. A reação deles quando se veem na imagem, é o que lhe dá mais prazer. “No palco, os bailarinos se soltam, estão concentrados, e eu consigo captar não só a pose, mas também o sentimento, a intenção expressa naquele momento”, explica. “O que me dá mais prazer é ver como as pessoas ficam surpresas quando se veem no auge da doação. A dança é muito estética”.

Dentro desta perspectiva, no ano passado, surgiu a ideia de fazer um calendário com os bailarinos. A inspiração veio de um fotógrafo que fazia imagens de nu artístico com foco na estética do corpo perfeito. “A intenção do ensaio não era sensual, mas sim de destacar o tônus muscular e como ele é natural no corpo do bailarino”, revela.

Sobre sua perspectiva de vida quando chegar o momento de deixar os palcos, Michelle é otimista e faz planos. “Minha ideia é unir o útil ao agradável. Pretendo fazer vários cursos de fotografia e me especializar nisso quando chegar a hora de deixar o palco, mas nunca a dança. Quero continuar fotografando e acredito que a fotografia seja uma segunda opção”, pontua. “Eu sempre me preocupei sobre o que eu faria quando me aposentasse, porque eu nunca gostei de nada além do balé... Eu descobri a câmera”.

Michelle acaba de retornar de uma viagem a Europa, onde dançou na Alemanha e Áustria durante a turnê europeia da SPCD. Além da experiência, trouxe na bagagem um registro com fotos incríveis da temporada, que você confere em nossa galeria de imagens.   

Roberta Bussoni

Acaoã de Castro

Diego de Paula em Peekaboo, de Marco Goecke

Joca Antunes, Yoshi Suzuki e Ana Paula Camargo em cena de Peekaboo

Peekaboo: Nielson Souza e Morgana Cappellari

Diego de Paula e Ana Paula Camargo

Rafael Gomes

Yoshi Suzuki e Rafael Gomes no emblemático trecho dos chapéus ambulantes em Peekaboo

Em foco, Diego de Paula em agradecimento após apresentação da obra de Goecke para a SPCD


Aline Campos

Giovanni di Palma e Inês Bogéa


Giovanni di Palma no teatro em Bregenz (Áustria); Giovanni é o responsável pela remontagem de Romeu e Julieta,
que a SPCD estreia em novembro no Teatro Sérgio Cardoso

Ed Louzardo

Ensaios

Beatriz Hack

Artemis Bastos

Rafael Gomes

Diego de Paula

Lustres de Fulda

Cena de Supernova, de Marco Goecke

Roberta Bussoni e o encarregado de palco, Luiz Alex Tasso

Joca Antunes e Karina Moreira no pas de deux de Bachiana nº 1

Cena do pas de deux de Bachiana nº 1

Ao fundo, Luiz Alex Tasso e o produtor Márcio Branco 

Bruno Veloso

Cena de Gnawa, de Nacho Duato

Bruno Veloso em Gnawa

Ammanda Rosa e Ed Louzardo no pas de deux de Gnawa

Ammanda Rosa e Ed Louzardo


Norton Fantinel em Gnawa

Rafael Gomes

Schlosstheater Fulda

Joca Antunes

Ludwigshafen (Alemanha)






Thaís de Assis



Joca Antunes e Karina Moreira


A camareira Vera Lúcia Pereira
Thaís de Assis


Beatriz Hack em cena de Bachiana nº 1


Yoshi Suzuki e Acaoã de Castro


Chegada em Wolfsburg (Alemanha)

Diego de Paula
Norton Fantinel e Artemis Bastos ensaiam o Grand Pas de Deux de Dom Quixote

Equipe de produção

Da esquerda para a direita, os iluminadores Sueli Matsuzaki e Guilherme Paterno;
e o coordenador de produção Antonio Magnoler 


Yoshi Suzuki na sala de ensaio da SPCD

O iluminador Guilherme Paterno

Ammanda Rosa


Leony Boni 

Artemis Bastos e Geivison Moreira no agradecimento do Grand Pas de Deux de Dom Quixote

Norton Fantinel


Fabiana Ikehara

Rafael Gomes

No foco, Morgana Cappellari no agradecimento em Gnawa
A bailarina Michelle Molina clicada por Fabiana Ikehara

Por Bruno Alves, de São Paulo