segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

São Paulo Companhia de Dança em Ilhabela

A São Paulo Companhia de Dança escolheu Ilhabela como seu segundo destino da temporada 2013. Pela segunda vez na cidade litorânea, que faz jus ao nome, a companhia apresentou três de suas obras, Pas de Deux de Dom Quixote, Pas de Deux de Bachiana nº1 e Mamihlapinatapai. O local da apresentação foi novamente o Espaço Pés no Chão.

Na sexta-feira, aconteceu o Espetáculo Aberto Para Estudantes. Adolescentes de 11 a 14 anos participaram da apresentação. Lucas Oliveira, 11, foi chamado ao palco pela diretora artística, Inês Bogéa, para participar da interação com o público. “Achei muito legal, pois pude aprender alguns passos de dança e, para mim, foi algo diferente”, comentou. Giordan dos Santos Oliveira, 11, também fez parte da brincadeira. “Gostei dessa sensação de subir ao palco e achei os passos bem interessantes”, contou ele, que faz teatro. Já o amigo Gabriel Pereira, 13, preferiu só assistir.

No sábado, pela manhã, aconteceu a Oficina de Dança, com o professor Mário Galizzi. Além de bailarinas que já dançam há um certo tempo, iniciantes puderam ver de perto como é fazer aula com um mestre que dá aulas para bailarinos profissionais. Ao final da oficina, os bailarinos puderam bater um papo com Inês e dizer como foi poder participar dessa atividade.

“Para mim foi uma oportunidade única. Pude ver o quanto tenho que aprender ainda”, disse Hyuri Pimentel Silva, 19, que começou a fazer aulas há 4 meses. “De zero a dez, dou nota quinze”, brincou Valdinei Silva.

A Companhia finalizou os dias em Ilhabela com um espetáculo noturno, que teve lotação máxima do teatro. Confira algumas fotos abaixo:
 

 

 

 

 

 



 

 


Por Cláudia Trento, de São Paulo

Balé para todos



O mestre russo Boris Storojkov ao lado da coordenadora de
Educativo, Memória e Comunicação da SPCD, Marcela
 Benvegnu, que abriu os trabalhos da Oficina
Bailarinos experientes, em formação, professores, ouvintes... São inúmeros os perfis que transitaram na tarde do último sábado, 23 de fevereiro, nos corredores da São Paulo Companhia de Dança para participada Oficina de Dança – Técnica de Balé Clássico ministrada pelo mestre russo Boris Storojkov. A oportunidade de conhecer a técnica de balé clássico usada em uma companhia profissional, permitiu aos alunos sentirem e tatearem o sonho de se tornar bailarinos profissionais. Mesmo assim, 1h30 de aula não foi suficiente para saciar a sede pela dança e pelo movimento. “Uma hora e meia de aula é pouco. Queria ficar mais tempo lá dentro. O professor Boris é um querido”, confessa a aluna Ana Gabriela Lacerola, que compartilha o sentimento com o colega Edson Burgos Uzqueda. “Seria bom se houvessem mais oficinas de balé clássico, de diversos níveis, e com maior duração de aula. Foi muito bom!”, completa.

Além dos alunos, outros estiveram na sede da SPCD como ouvintes. É o caso de Sandra Amaral, da Escola de Ballet Sandra Amaral. “Quero participar de todas as oficinas da SPCD. É muito gratificante, como professora e proprietária de uma escola de balé, assistir a uma aula dada por um mestre como o Boris”, relata Sandra, que saiu apressada após o término da aula porque iria ganhar um neto. “Vou correr para o hospital porque meu neto vai nascer daqui a pouco”, diverte-se. “Eu não podia perder essa oficina. Queria muito assistir e estou muito satisfeita”. 

Na nossa galeria de imagens, um pouco do movimentado sábado na São Paulo Companhia de Dança.



Boris Storojkov inicia a aula de balé clássico

Bailarinos na barra 

Aquecimento
Pausa para as fotos
Bailarinos preenchem a lista de presença momentos antes da aula



Alunas atentas às orientações do professor


Os alunos conheceram um pouco da técnica de balé
utilizada numa companhia profissional

Mestre Boris Storojkov passa informações aos alunos

Aulas na barra

Os bailarinos se dividiram nas barras

Ao fundo, professor Boris durante as aulas na barra

Diversos perfis de bailarinos participaram da atividade

Aula de balé clássico


Aquecimento

Mais de 60 pessoas participaram das duas Oficinas

Bailarinas concentradas na barra



Aquecimento

Professor Boris Storojkov em movimento com os alunos


Por Bruno Alves, de São Paulo

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Trabalho de maïtre

O argentino Mário Galizzi é o primeiro professor
convidado de 2013 da SPCD

O primeiro professor convidado de 2013 da São Paulo Companhia de Dança é o argentino Mario Galizzi, professor do Instituto Superior de Arte do Teatro Colón e mestre contemporâneo do Ballet do Teatro San Martín. Durante 40 dias ele ministra aulas diárias de balé clássico para os bailarinos da SPCD e também atua como coach de repertório.

Galizzi teve contato com a equipe da São Paulo Companhia de Dança em 2011, numa gala no Paraguai, onde a Companhia apresentou o pas de deux de Gnawa, de Nacho Duato; e Tchaikovsky Pas De Deux, de George Balanchine (1904-1983). “Eu era o preparador dos bailarinos que se apresentaram naquela gala, e a partir disto, pude conhecer o trabalho da Companhia. Foi neste momento que a Inês Bogéa (diretora da SPCD) me convidou para uma temporada de aulas de balé”, relata.

Com um método oposto ao da rigidez, Galizzi
procura entrar no universo do bailarino; na foto,
com Geivison Moreira, Olívia Pureza e Binho Pacheco
Quando começou a dar aulas particulares, Mário Galizzi ainda atuava como bailarino do Teatro Colón, ensinando os dançarinos mais jovens. “Isso me dava muito prazer. Quando eu vi, estava no palco dançando obras ao lado de meus alunos. É muito lindo e é o que me motiva: quando um bailarino precisa de um mestre”, fala Galizzi, que reforça a importância do mestre de balé para o dançarino. “O verdadeiro espelho do aluno não é aquele objeto físico da sala de ensaio, é o mestre. Se ele faz um movimento no espelho, às vezes ele acredita que está bom quando não está. O mestre não está ali para ensinar a técnica, pois o bailarino já aprendeu na escola de dança, ele está ali pela estética, pelo bordado da técnica, e pela preciosidade do movimento”.

O prazer de ensinar começou cedo, quando ainda era dançarino do Teatro Colón. “Fui professor de balé do Teatro Colón e tive sorte de ver meus alunos dançando em grandes companhias e sorte deles terem sido meus alunos”, comenta. Além das aulas no Colón ele dava uma assessoria aos alunos com aulas particulares. “Dar aulas particulares têm seus prós e contras tendo em vista a formação do bailarino. Na escola de dança, o aluno tem em média 1h30 de aulas de balé por dia, e eles precisam de mais. Porém, eu não posso ensiná-los de forma diferente da filosofia adotada na escola, senão vou confundi-los”, explica.

Seu método de tratar o aluno é oposto à da rigidez. Ele busca entrar no universo do bailarino e entender seu contexto para que possa trabalhar seus movimentos na sala de ensaio. “Eu, geralmente, quero saber se o aluno está bem, não só fisicamente como psicologicamente. Se está comendo direito ou se está passando por alguma dificuldade, pois isto reflete na maneira como ele irá dançar”, pontua.

“Eu já tive experiências com professores estrangeiros bem rudes e que, nem por isso, rendiam bons resultados. Ele foi um querido e a aula muito gostosa”, conta a bailarina Olívia Pureza, que tem aulas com o professor pela primeira vez em sua carreira. “São maneiras diferentes de tratar o aluno, aliás, eu digo que eles não são meus alunos, são meus discípulos porque eu crio um laço com eles”. Sobre seu método, Galizzi pontua: “não sei se é certo ou errado e não julgo um método mais militar, porque eu sei e já vi que também funciona. Mas esse é o meu modo de ensinar, e é o que me dá mais prazer”.

Galizzi durante aula de balé com os bailarinos
Olívia Pureza e Binho Pacheco

SAIBA MAIS - Mario Galizzi começou sua formação no Teatro Colón, em Buenos Aires. Após a formatura, foi convidado a integrar a  companhia como solista. Nesta função, dançou com o Ballet de Hanover e no Ballet de Frankfurt, na Alemanha. Como professor e coach formou muitos dos maiores bailarinos atuais, como Julio Bocca, Herman Cornejo e Paloma Herrera. Galizzi é ex-diretor do Ballet Teatro Del Colón e do Teatro Argentino de La Plata. 

Por Bruno Alves

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

O ateliê de Bongiovanni


O processo de produção da 2ª edição do Ateliê de Coreógrafos Brasileiros já está a todo vapor. No momento, quem anda frequentando os corredores e salas de ensaio da SPCD é Luiz Fernando Bonggiovani. Sua coreografia, ainda sem título, sobre a brasileira Ponteios, de Camargo Guarnieri (1907-1993), estreia em junho, no Teatro Sérgio Cardoso, ao lado de outras obras em repertório da SPCD.

“Eu estava trabalhando no Bolshoi (Escola do Teatro Bolshoi no Brasil), quando recebi o telefonema da Inês (Bogéa, diretora da SPCD) com o convite”, conta Bongiovanni, que assistiu a primeira edição do Ateliê e desejava participar do projeto. “É um formato específico de trabalho que poucas companhias do Brasil fazem. É muito gostoso participar”, afirma.

Sobre a temática da obra, ele adianta que será uma espécie de ode ao belo, algo que reforce a esperança das pessoas sonharem. “Eu fiz um curso de filosofia quando voltei ao Brasil (ele era bailarino na Europa) e acredito que a arte está fortemente ligada a ela. Numa dessas reflexões comecei a pensar sobre o sonho e como ele se tornou algo além, que está longe, um clichê, como se as pessoas que sonhassem fossem alienadas e acho isto um equívoco”, argumenta. “Com esta obra quero proporcionar ao público uma sensação de sonho, como se fosse uma oração, e que reforce a esperança de cada uma dela” explica o coreógrafo, que já veio para a SPCD com esta temática.

Em relação ao estilo, “pretendo mesclá-los neste balé. Quero usar da excelente técnica dos bailarinos e propor, ao mesmo tempo, um desafio no intuito de diluir a linguagem clássica, adaptando-a com a contemporânea”, comenta.

MULTIFACETADO

Luiz Fernando Bongiovanni, 42, é bailarino, professor, coordenador de oficinas, coreógrafo e diretor do Núcleo Mercearia de Ideias. Trabalhou como bailarino em companhias europeias como Ballet da Ópera de Zurique (Suiça), Scapino Ballet Roterdã (Holanda), Ballet da Ópera de Gotemburgo (Suécia) e Cullberg Ballet (Suécia). Em 2004, retornou ao Brasil para trabalhar na coordenação de projetos culturais e na execução de oficinas de improvisação e composição com diversas instituições. Coreografou para companhias de balé brasileiras como o Balé da Cidade de São Paulo, Balé do Teatro Guaíra, Balé do Teatro Castro Alves, Balé da Cidade de Niterói e Corpo de Baile Jovem do Theatro Municipal de São Paulo.  Ganhou o Fomento/2012 com o projeto Nossos Sapatos, pelo Núcleo Mercearia de Idéias.


Por Bruno Alves