sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Ateliê de casa cheia

Subir ao palco para estrear um espetáculo é, realmente, um dos maiores desafios para o artista. Embora este seja o seu grande momento, aquele em que ele trabalhou dias, meses, para receber minutos de aplausos, a insegurança, os desafios que este novo trabalho impõe, as inevitáveis discussões, o nervosismo e o frio na barriga potencializado nesta primeira apresentação, fazem desta estreia algo inesquecível. Embora estes detalhes não estejam evidentes aos olhos do público, é interessante pensar que grandes artistas não nascem prontos para subir ao palco e vivem num processo infinito de dançar, dançar e dançar.

Cena de Pormenores, de Alex Neoral; ao fundo,
a violinista da Osesp, Soraya Landim

Cena de Mamihlapinatapai, de Jomar Mesquita

Trecho de Mamihlapinatapai

Para os bailarinos da São Paulo Companhia de Dança, dirigida por Inês Bogéa, não é diferente. Todo o processo de criação das coreografias do 1º Ateliê de Coreógrafos Brasileiros, apresentado nos últimos dias 12 e 13 de dezembro no Teatro GEO, foi feito num intercâmbio e diálogo aberto entre os bailarinos e os coreógrafos. Ao assistir, é possível reconhecer o perfil do coreógrafo mesclado à peculiaridade e estilo dos bailarinos impressos em cada uma das obras. “A qualidade técnica dos bailarinos me impressionou muito. Eu adorei o espetáculo”, comenta a médica Caroline Chaves.

Azougue, de Rui Moreira; na foto, Yoshi Suzuki,
Artemis Bastos e Rafael Gomes 

Trecho de Azougue
 Tanta atenção aos detalhes dos movimentos resultou em casa cheia nos dois dias de apresentação, com ingressos esgotados. O público aplaudiu as obras apresentadas na sequência: Pormenores, de Alex Neoral; Mamihlapinatapai, de Jomar Mesquita; e Azougue, de Rui Moreira, que passam agora a fazer parte do repertório da São Paulo. “A música, o desenho de luz, a leveza do tecido do figurino, os movimentos coreografados, tudo se torna único em uma só magia. Saio deste espetáculo extasiada por sentir tudo isso”, confessa Rosemary Silva, que esteve presente na estreia. Antes das coreografias do Ateliê, foi apresentado Bachiana nº1, de Rodrigo Pederneiras, que estreou no início do ano.

Livros, programas de sala e folders infantis da SPCD
estavam à venda no stand da Companhia 

Teatro lotado nos dois dias de apresentações
A diretora da SPCD, Inês Bogéa, durante
entrevista para o canal Arte 1

 Marcela Benvegnu, Inês Bogéa e Antonio Magnoler

O secretário de cultura, Marcelo Araújo conferiu a estreia do Ateliê

 
Jomar Mesquita aguarda o início do espetáculo


 
Rui Moreira e Luiz Arrieta 

O coreógrafo Alex Neoral



 

 Por Bruno Alves, de São Paulo 


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