quinta-feira, 30 de abril de 2015

Nova experiência

A técnica Cunningham, criada pelo norte-americano Merce Cunningham, é uma das novidades do 2º Ateliê Internacional São Paulo Companhia de Dança deste ano. As aulas são ministradas pela professora Gícia Amorim, formada pelo Internacional Training Program and Professional, no Merce Cunningham Studio, em Nova York.
Gícia explica que nem sempre é preciso utilizar música durante a aula. “O próprio Cunningham usava por opção. Mesmo assim, as contagens e ritmos são muito precisos”, afirma. A técnica une elementos que trabalham pernas e tronco. “As posições de pernas são as mesmas do balé clássico, além do paralelo. Para o tronco, Cunningham criou cinco posições, que trabalham a coluna em toda sua extensão”.

Por Carolina Carettin
Para o 2º Ateliê Internacional São Paulo Companhia de Dança

Fotos: Dickson Resstel 




Pioneira da técnica Graham ministra aulas no 2º Ateliê

Os bailarinos do 2º Ateliê Internacional São Paulo Companhia de Dança têm a oportunidade de participar da aula técnica de Graham ministrada por uma das pioneiras deste método no Brasil, a coreógrafa Penha Souza.
“Estou dando aula de Martha, porém, é mais o processo básico. Encontrei uma turma muito interessante aqui, então deu pra trabalhar muito bem, foi muito agradável, eles correspondem muito bem”, disse.
“É uma técnica de dança moderna vinda dos EUA, então há os precursores de Martha Graham, como Clarisse Abujamra, Ruth Rachou e eu. Fomos as primeiras pessoas que trouxeram a técnica”, afirmou Penha.
Bailarina, coreógrafa e professora, Martha Graham (1894-1991) foi um dos grandes nomes da dança moderna norte-americana. O método Graham que criou cria uma profunda relação entre a respiração e o movimento, e dá ênfase ao contato com o chão. Outro foco essencial do método é o centro do corpo como principal fonte de trabalho. Martha acreditava ser a origem da vida, e que as emoções, os sentimentos e os movimentos são vistos primeiro nessa região central de equilíbrio.
Penha Souza, carioca criada em Bauru, em 50 anos de carreira percorreu uma trajetória única, saindo do balé clássico até chegar ao alongamento corretivo postural, método que criou a partir de aspectos da dança clássica, moderna e técnicas de yoga, RPG e pilates. Como bailarina, Penha dançou em especiais de televisão pela TV Tupi, TV Rio, Record e TV Paulista. Trouxe de Nova York a técnica de Graham e foi coreógrafa de O Cisne Negro, tendo criado o primeiro espetáculo do grupo: Pulsacion, em 1977. Ela trabalhou e contribuiu para o reconhecimento da dança como profissão no Brasil, foi membro-fundador da Associação Paulista de Profissionais da Dança (APPD), atual Sindicato dos Profissionais da Dança do Estado de São Paulo.

Por Jéssica Souza
Para o 2º Ateliê São Paulo Companhia de Dança

Fotos: Thais Polo




Qualidade e entendimento da dança como prioridades

“O entendimento da dança contemporânea irá fazer as pessoas dançarem qualquer coisa”, diz Milton Coatti, professor e coreógrafo de dança contemporânea no 2º Ateliê Internacional da São Paulo Companhia de Dança, realizado em Piracicaba até o dia 02 de maio.
Milton é dinâmico e motivador em suas aulas, leva segurança aos alunos e prioriza qualidade e limpeza nos movimentos, assim como o entendimento da dança. Ele faz parte da SPCD como ensaiador e professor e já foi bailarino do grupo, também recebeu muitos prêmios em festivais de dança brasileiros, incluindo melhor coreógrafo.
Com grande experiência e conhecimento, suas aulas se fundem com o teórico e a prática, e a satisfação dos alunos é vista em cada expressão. O professor explica como suas aulas são ministradas durante o Ateliê, mantendo a organização do corpo no espaço e as relações entre as pessoas. “A dança contemporânea por si só já abrange muitos estilos. Então a aula é um apanhado de tudo o que fiz em minha carreira”.
Para o professor, o ateliê é um encontro de todos os estilos de dança, sendo satisfatório tanto para os alunos quanto para os professores, e é também uma maneira de observar o trabalho de outras pessoas e o próprio. Milton ressalta que o Ateliê representa a motivação que a SPCD tem de expandir a dança de forma mais abrangente e consistente, sendo profissionalizante na vida e nos sonhos das pessoas.
As aulas estão sendo ministradas durante todo o evento em turmas intercaladas.

Por Raíssa Ciccheli
Para o 2ºAteliê Internacional São Paulo Companhia de Dança l Raíssa Ciccheli

Fotos: Maíra Rodrigues



Dança da inclusão


No Dia Internacional da Dança e durante o 2º Ateliê Internacional São Paulo Companhia da Dança, no Engenho Central, em Piracicaba, os bailarinos da SPCD se apresentaram para um público formado principalmente por estudantes, idosos e pessoas com deficiência. A apresentação, que integra projeto educativo e de inclusão da companhia, aconteceu às 14h, com o Teatro do Engenho lotado. A companhia mostrou ao público as coreografias Le Spectre de La Rose, de Mario Galizzi a partir do original de Michel Fokine, GEN, de Cassi Abranches, e Litoral, de Maurício Wainrot.
Uma das espectadoras era Maria Noêmia, 46, professora do ensino fundamental da Escola Estadual Pedro Moraes Cavalcante. A professora avaliou ações de inclusão das artes como positivas.
Maria Eduarda Aquareli e Lívia Maria de Campos Silva, ambas com 7 anos, estavam sentadas na primeira fila e assistiram ao espetáculo com olhos atentos. Lívia, que é bailarina e quer se tornar professora de balé, considerou as coreografias ótimas. Maria Eduarda também gostou da apresentação. “Eu sinto que estou lá no espetáculo”, confessou ela no intervalo entre uma coreografia e outra.
O sorridente Euclides Moreira da Silva, 74 anos, mora no Lar dos Velhinhos de Piracicaba e foi prestigiar o trabalho da companhia. “Eu nunca tinha vindo, e para mim foi ótimo. Nota mil!”, disse ele.

Por Gabriela Passy
Para o 2º Ateliê Internacional São Paulo Companhia de Dança

Fotos: Leonardo Lin

Euclides Moreira da Silva

SPCD em GEN, de Cassi Abranches 

Moradores do Lar do Velhinhos e Lar Betel assistiram ao espetáculo: ações educativas e de inclusão

Maria Noêmia

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Engenho, lugar de clássico

Bailarinos do Ateliê têm a oportunidade de aprender e praticar técnicas de balé clássico com o professor e coreógrafo italiano Giovanni Di Palma, assistente de coreografia da São Paulo Companhia de Dança (SPCD). Durante as aulas, Di Palma apresentou técnicas avançadas, que os bailarinos pretendem transmitir ao público no sábado, durante a apresentação dos processos coreográficos. “O clássico é complicado de um jeito que apaixona”, afirma o professor.
Por Ana Carolina Brunelli

Para o 2º Ateliê Internacional São Paulo Companhia de Dança
Crédito: Lucas Birollo

Crédito: Luciana Beloli

Crédito: Luciana Beloli


Imersão no contemporâneo

Os selecionados pelo 2º Ateliê Internacional da São Paulo Companhia de Dança participaram de aula técnica de dança contemporânea, com a professora Andrea Pivatto, que também é bailarina e coreógrafa. “A dança contemporânea é generosa e verdadeira”, ressaltou.
Em sua aula, Andrea propõe exercícios que expressam movimentos cotidianos, contato com o chão e envolve muito improviso. Contagiante, a dança aproxima o público com formas e gestos e possibilita atuação em diferentes linguagens.
Por Ana Carolina Brunelli
Para o 2º Ateliê Internacional São Paulo Companhia de Dança


Crédito: Gustavo Calicchio

Crédito: Gustavo Calicchio

Crédito: Lucas Birolo

Nas tendas, a história da dança

O 2º Ateliê Internacional da São Paulo Companhia de Dança traz para os alunos a experiência de vivenciar a arte por meio da educação. Simone Alcântara, formada em pedagogia pela Faculdade de Educação (USP) e doutora em história social pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (USP), ministra aula teórica de dança cênica ocidental. Por meio da dança histórica do ocidente ela aproxima os alunos para estudarem e refletirem juntos sobre a evolução e as rupturas da dança.
As aulas de dança cênica ocidental abordam o lado histórico com debates sobre as semelhanças com a dança atual. A docente aborda o olhar e conteúdo de cada aluno por meio de um jogo de imagens históricas de dança.
Simone acredita na formação do aluno enquanto artista, evidenciando que a profissionalização ainda não é tão compreendida e declara importância desse encontro. “O ateliê é maravilhoso porque trabalha com formação e educação, mexendo com arte, cultura e vida”.
Docente convidada do curso de pós-graduação em dança e consciência corporal pela Universidade Estácio, Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) e Universidade São Caetano do Sul (USCS), Simone trabalhou durante 17 anos em uma ONG de educação infantil, e atualmente colabora em um projeto de inclusão social. Ela também faz consultoria de projetos de dança e movimento. Simone afirma a sua gratificação em fazer parte do movimento da dança atualmente, e ainda ressalta a abertura do mercado para esse lado artístico. “Essa nova geração têm mais acessibilidade para a formação de bailarino. É uma batalha, foi e sempre será, mas hoje há mais espaços”.
Por Raíssa Ciccheli
Para o 2º Ateliê Internacional São Paulo Companhia de Dança
Fotos: Maíra Rodrigues






Em busca da liberdade com paciência e leveza

Quero que o bailarino não tenha vergonha de se mostrar, que quebre barreiras”, destaca Graça Sales, logo após o término de sua primeira aula no 2º Ateliê Internacional São Paulo Companhia de Dança. O evento, que teve início na terça-feira, 28/04, e vai até o dia 2 de maio, é uma excelente oportunidade de troca entre bailarinos, professores, coreógrafos, fotógrafos e jornalistas. O bailarino Isaac Wagner Dalben de Oliveira classificou a aula de Graça como dinâmica. “Graça é simpática, calma, paciente; poucos professores têm a paciência dela”, disse. Conduzida com o auxílio da pianista Maria Inês Martins de Vasconcelos, responsável pela trilha musical, a aula teve a duração de pouco mais de uma hora, mas o tempo pareceu ser suficiente para agradar os presentes. “Gostei muito da forma de condução da aula, a forma de correção da postura, a voz da Graça”, ressaltou o professor Sivaldo Camargo.

Por Emaxsuel Rodrigues

Para o 2º Ateliê Internacional São Paulo Companhia de Dança
Fotos: Guilherme Miranda