* SPCD *: Dia 4 | Nos bastidores

O que acontece por de trás da cena antes e durante o espetáculo? Acompanhar o ensaio nos bastidores é bem diferente. Você fica perto da tensão e divide o prazer na coxia. E como já falamos por aqui, cada espetáculo traz uma nova emoção, um desafio.

Hoje ficamos aqui, nos bastidores. Acompanhamos a maquiagem, a roda de mãos dadas para dar boa sorte dos bailarinos e claro, as coreografias. É um entra e sai que vocês não imaginam, ou melhor, imaginam sim. Os técnicos se falam o tempo todo... para que tudo não saia do lugar. Se o palco está escorregando, tem que limpar entre um balé e outro, enquanto os bailarinos que dançam a primeira para a segunda coreografia devem trocar o figurino. Sabe quanto tempo isso levou hoje? Exatamos 7 minutos para trocarmos as gelatinas de Bachiana n.1 para Gnawa.

Entre uma conversa e outra, na coxia para entrar em Gnawa, Rodolfo Saraiva, bailarino da SPCD desde o seu início revelou que esta temporada está sendo muito especial para ele. Sabem por que?

"Eu esperei 3 anos por essa oportunidade de acompanhar a SPCD numa temporada internacional. Em 2011 me afastei para cuidar do meu pé, bem quando fizeram a primeira turnê (Baden-Baden). Mesmo de volta a cia, duas cirurgias e um ano e meio depois, as dores de voltar a dançar e a necessidade de ter fisioterapia quase que diariamente me fizeram pedir mais uma vez para ficar de fora de uma outra turnê internacional no início de 2013. Escolhi esperar mais um pouco e priorizar uma recuperação eficaz e eu estar em plena forma. Ficar tanto tempo fora nos tira um tanto de espaço dentro de uma grande cia, por que os trabalhos não podem parar. Ao mesmo tempo me afastar para me cuidar me trouxe consciência, maturidade e desejo por reconquistar meus lugares e almejar novos, e essa é minha principal motivação para trabalhar: O desejo. Estar aqui em Israel é mais um de meus desejos profissionais que se concretiza. Viajar significa se alimentar, vivenciar, conhecer, trocar com as pessoas, com o ambiente, com uma cultura diferente da minha. Amplia o o olhar e as idéias e isso para um artista é maravilhoso!!! Estou muito feliz de estar no palco dividindo com a plateia de Israel a nossa arte".

No intervalo também é um corre-corre. Especialmente nesta temporada que In the Middle encerra a noite, o palco tem que ficar aberto, ou seja, as pernas das coxias são retiradas. Parece simples, mas é um trabalhão! (Um detalhe curioso: veja que as caixas de som são colocadas dentro da cena nesta obra, como se fizessem parte do cenário, por isso o som fica mais forte e parece que se dança dentro dele).

Na coxia, no movimento de entra e sai os olhos dos bailarinos ficam ligados no que acontece no palco. Eles torcem um pelo outro. Se ajudam com o olhar, com a energia de que a arte ali vai ser realizada. É a dança que invade o espaço. E no final, o melhor são os aplausos e saber que amanhã tem mais um espetáculo para fazerem o que mais gostam: dançar.

Fique com as fotos de hoje e até amanhã. Corre lá!