sábado, 21 de setembro de 2013

Do segundo para o terceiro...

...espetáculo. 

Vocês devem estar se perguntando como foi o espetáculo de ontem. Especial. Plateia lotado, elenco afinado. Para dividir com vocês hoje saiu uma ótima crítica sobre a SPCD, no El Observador (leia aqui), assinada pela Fernanda Muslera que diz: "A São Paulo Companhia chegou  com o pé direito em sua primeira visita ao Uruguai com três coreografias desafiantes que demonstraram a excelência e o nível técnico de seus bailarinos". 

O dia de ontem aqui começou mais tarde. Os bailarinos tiveram a manhã livre e parte da tarde (deu tempo de conhecer o Mercado Municipal e outros pontos) e foram para o Auditorio Nacional de Sodre às 16h30 para a aula de Mario Galizzi. Depois tiveram correções e ajustes de elenco. Ontem, Yoshi Suzuki revezou com Diego de Paula em Supernova. Hoje, Luiza Lopes dança o pas de deux de Bachiana, que até então vinha sendo dançado nesta temporada por Karina Moreira. 

O repertório aqui é composto por três peças que falam de amor, vida e morte. Inspirado pela Bachianas Brasileiras nº 1, de Heitor Villa-Lobos, Rodrigo Pederneiras criou Bachiana Nº 1 peça em que a dança responde à estrutura íntima da música. A coreografia, dividida em três movimentos, evidencia a brasilidade, o romantismo e a paixão do nosso povo. Os violoncelos que se sucedem a cada parte da música traduzem o gesto em si, e dessa afinação entre som e movimento surge a obra, que ganha acentos particulares no corpo de cada intérprete. Em Bachiana Nº 1 a versatilidade dos bailarinos traz novas ênfases à linguagem de Pederneiras.

A segunda obra da noite é Supernova (que foi apontada pela crítica como a grande sensação aqui no Uruguai). Inspirado pela música de Antony & The Johnsons e pelo fenômeno astronômico das supernovas – estrelas que explodem e brilham no espaço por algum tempo – Marco Goecke criou esta obra em 2009 para a Scapino Ballet Rotterdam.Supernova é uma coreografia de contrastes, na qual morte e vida, escuro e claro, estão ligadas pela energia de cada corpo. Os bailarinos aparecem e desaparecem do palco misteriosamente e a movimentação é marcada por sequências muito rápidas, precisas e controladas que fazem os corpos vibrarem. Para Goecke, cada movimento pode acontecer somente uma vez. "Você pode fazê-lo cada vez mais rápido, então dificilmente ele vai existir no final". A São Paulo Companhia de Dança é a primeira companhia no Brasil a dançar uma obra de Goecke.


E para fechar o programa, temos Por Vos Muero, que estreou em junho na temporada do Teatro Sérgio Cardoso. Por Vos Muero, de Nacho Duato, é uma coreografia de usa da dança clássica e contemporânea para sugerir uma atemporalidade nas relações humanas. Duato usa a poesia fantasmagórica de Garcilaso de la Vega e guitarra espanhola para capturar a essência do espírito artístico da Espanha da época, traduzindo a coreografia como uma expressão do povo e uma homenagem ao papel fundamental que a dança ocupa naquele país. A fusão de músicas antigas espanholas, dos séculos 15 e 16, favorece a diversidade de dinâmicas exploradas pelo coreógrafo e revela uma dança fluída e ritmada que remete há outros tempos, mas é atemporal. Esta é a segunda peça de Duato no repertório da São Paulo Companhia de Dança.

Aguardo os próximos posts com mais bastidores desta temporada. Que venha o terceiro espetáculo! 

Público aguardando para entrar na sala de espetáculos

Mercado Municipal 

Aula com o maestro Mario Galizzi

Galizzi 


Aula 

Para a gente se localizar.... 

Yoshi Suzuki em ensaio de Supernova: troca de elenco com Diego de Paula 

Ajustes de figurino 

Luiza Lopes e Joca Antunes no pas de deux de Bachiana: ensaio com Inês Bogéa e Karina Mendes 

Camarins 

E na saída o reconhecimento das pessoas que querem tirar fotos com os bailarinos


Marcela Benvegnu, de Montevidéu, Uruguai 

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