sábado, 20 de agosto de 2011

A dança, o tempo e o ensaio


Público chegando para a palestra
Realizada na sede da São Paulo Companhia de Dança, na manhã de sábado (13/08/11), a Palestra com o Professor, ministrada por Inês Bogéa, diretora da SPCD, para os interessados na arte e no movimento, teve como tema “A Dança no Tempo”, que tem o objetivo situar a dança em diversos momentos históricos, além de falar sobre sua evolução. Veja mais sobre os Programas Educativos e de Formação de Plateia clicando aqui.
“A dança cênica e a clássica surgem no Renascimento, em ambiente político. A dança cênica fala sobre as relações de poder” explica a diretora. O Rei Luis XIV, mais conhecido como Rei Sol, foi um dos ícones desses estilos, criando a Académie Royale de Danse (Academia Real de Dança), sendo Pierre Beauchamps (1636 - 1705), criador das cinco posições dos pés, seu professor. Na época do Romantismo, a mulher passa a desenvolver o papel principal no balé. “O homem vinha desenvolvendo uma técnica, de forma virtuosa, depois a mulher passa a ser atenção” comenta Inês. O maior símbolo do Balé Romântico é a obra Giselle, de Jean Coralli e Jules Perrot.
Isadora Duncan (1877 - 1927) é percussora na dança moderna, que vêm com intenção de rejeitar o estilo clássico. Os movimentos são livres e expressivos, cria-se uma possibilidade de amplitude, além de falar do que acontece no interior do homem. Já a dança contemporânea é criada no inicio do século XX, se difere por não haver uma história que siga uma sequência lógica, é marcada por gestos do dia a dia e busca transformar o que é familiar em algo curioso.
ENSAIO | Além de participar da Palestra, o público teve também a oportunidade de assistir aos ensaios da Temporada de Dança do Teatro Alfa. Um grupo de aproximadamente 40 pessoas assistiu Supernova, obra do alemão Marco Goecke, remontada pelo italiano Giovanni di Palma. O grupo observava atentamente os movimentos dos 7 bailarinos. Mariangela Lopes, professora de dança do SESI São Carlos, define a obra como inovadora, “é algo que nos permite pensar a dança de uma forma mais ampla, além de testar os limites corporais dos bailarinos”.
Observação na sala de ensaio da SPCD: ver a dança de perto
Professora de artes em Sorocaba, Lucilene Tózi achou magnífico o modo como são trabalhados os movimentos nessa coreografia “o lance da interação e não interação, da aproximação e da maneira como se repelem, faz de Supernova um balé extremamente intenso”. O aluno de dança Weslei Rodrigues conta que o que mais chamou atenção na obra de Goecke foi a utilização da pantomima, onde os bailarinos se utilizam de movimentos próximos a mímica para expressar os sentimentos. “Nessa obra tudo têm significado, eles passam uma necessidade de brilhar, cada bailarino de sua maneira, todos demonstrando agitação e uma forte energia”.
ESTREIA | A estreia de Supernova, de Marco Goecke, está marcada para o dia 26 de agosto. Outra novidade também na segunda temporada da SPCD em 2011, é a participação do brasileiro Marcelo Gomes, primeiro bailarino do American Ballet Theatre, que dançará Tchaikovsky Pas de Deux, de George Balanchine, nos dias 26 e 27, ao lado de Paula Penachi, bailarina da SPCD. Inquieto, de Henrique Rodovalho e Legend, de John Cranko também serão apresentadas. As quatro obras estarão em cartaz entre os dias 26 a 28, no Teatro Alfa.
(rua Bento Branco de Andrade Filho, 722 - Santo Amaro). Ingressos pelo http://www.ingressorapido.com.br/

por Marina Sakovic | de São Paulo

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