segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

O ateliê de Bongiovanni


O processo de produção da 2ª edição do Ateliê de Coreógrafos Brasileiros já está a todo vapor. No momento, quem anda frequentando os corredores e salas de ensaio da SPCD é Luiz Fernando Bonggiovani. Sua coreografia, ainda sem título, sobre a brasileira Ponteios, de Camargo Guarnieri (1907-1993), estreia em junho, no Teatro Sérgio Cardoso, ao lado de outras obras em repertório da SPCD.

“Eu estava trabalhando no Bolshoi (Escola do Teatro Bolshoi no Brasil), quando recebi o telefonema da Inês (Bogéa, diretora da SPCD) com o convite”, conta Bongiovanni, que assistiu a primeira edição do Ateliê e desejava participar do projeto. “É um formato específico de trabalho que poucas companhias do Brasil fazem. É muito gostoso participar”, afirma.

Sobre a temática da obra, ele adianta que será uma espécie de ode ao belo, algo que reforce a esperança das pessoas sonharem. “Eu fiz um curso de filosofia quando voltei ao Brasil (ele era bailarino na Europa) e acredito que a arte está fortemente ligada a ela. Numa dessas reflexões comecei a pensar sobre o sonho e como ele se tornou algo além, que está longe, um clichê, como se as pessoas que sonhassem fossem alienadas e acho isto um equívoco”, argumenta. “Com esta obra quero proporcionar ao público uma sensação de sonho, como se fosse uma oração, e que reforce a esperança de cada uma dela” explica o coreógrafo, que já veio para a SPCD com esta temática.

Em relação ao estilo, “pretendo mesclá-los neste balé. Quero usar da excelente técnica dos bailarinos e propor, ao mesmo tempo, um desafio no intuito de diluir a linguagem clássica, adaptando-a com a contemporânea”, comenta.

MULTIFACETADO

Luiz Fernando Bongiovanni, 42, é bailarino, professor, coordenador de oficinas, coreógrafo e diretor do Núcleo Mercearia de Ideias. Trabalhou como bailarino em companhias europeias como Ballet da Ópera de Zurique (Suiça), Scapino Ballet Roterdã (Holanda), Ballet da Ópera de Gotemburgo (Suécia) e Cullberg Ballet (Suécia). Em 2004, retornou ao Brasil para trabalhar na coordenação de projetos culturais e na execução de oficinas de improvisação e composição com diversas instituições. Coreografou para companhias de balé brasileiras como o Balé da Cidade de São Paulo, Balé do Teatro Guaíra, Balé do Teatro Castro Alves, Balé da Cidade de Niterói e Corpo de Baile Jovem do Theatro Municipal de São Paulo.  Ganhou o Fomento/2012 com o projeto Nossos Sapatos, pelo Núcleo Mercearia de Idéias.


Por Bruno Alves

Nenhum comentário:

Postar um comentário