O processo de produção da 2ª
edição do Ateliê de Coreógrafos Brasileiros já está a todo vapor. No momento,
quem anda frequentando os corredores e salas de ensaio da SPCD é Luiz Fernando
Bonggiovani. Sua coreografia, ainda sem título, sobre a brasileira Ponteios,
de Camargo Guarnieri (1907-1993), estreia em junho, no Teatro Sérgio Cardoso,
ao lado de outras obras em repertório da SPCD.
“Eu estava trabalhando no Bolshoi
(Escola do Teatro Bolshoi no Brasil), quando recebi o telefonema da Inês
(Bogéa, diretora da SPCD) com o convite”, conta Bongiovanni, que assistiu a
primeira edição do Ateliê e desejava participar do projeto. “É um formato
específico de trabalho que poucas companhias do Brasil fazem. É muito gostoso
participar”, afirma.
Sobre a temática da obra, ele
adianta que será uma espécie de ode ao belo, algo que reforce a esperança das
pessoas sonharem. “Eu fiz um curso de filosofia quando voltei ao Brasil (ele
era bailarino na Europa) e acredito que a arte está fortemente ligada a ela.
Numa dessas reflexões comecei a pensar sobre o sonho e como ele se tornou algo
além, que está longe, um clichê, como se as pessoas que sonhassem fossem
alienadas e acho isto um equívoco”, argumenta. “Com esta obra quero
proporcionar ao público uma sensação de sonho, como se fosse uma oração, e que
reforce a esperança de cada uma dela” explica o coreógrafo, que já veio para a
SPCD com esta temática.
Em relação ao estilo, “pretendo
mesclá-los neste balé. Quero usar da excelente técnica dos bailarinos e propor,
ao mesmo tempo, um desafio no intuito de diluir a linguagem clássica,
adaptando-a com a contemporânea”, comenta.
MULTIFACETADO
Luiz Fernando Bongiovanni, 42, é
bailarino, professor, coordenador de oficinas, coreógrafo e diretor do Núcleo
Mercearia de Ideias. Trabalhou como bailarino em companhias europeias como
Ballet da Ópera de Zurique (Suiça), Scapino Ballet Roterdã (Holanda), Ballet da
Ópera de Gotemburgo (Suécia) e Cullberg Ballet (Suécia). Em 2004, retornou ao
Brasil para trabalhar na coordenação de projetos culturais e na execução de
oficinas de improvisação e composição com diversas instituições. Coreografou
para companhias de balé brasileiras como o Balé da Cidade de São Paulo, Balé do
Teatro Guaíra, Balé do Teatro Castro Alves, Balé da Cidade de Niterói e Corpo
de Baile Jovem do Theatro Municipal de São Paulo. Ganhou o Fomento/2012
com o projeto Nossos Sapatos, pelo Núcleo Mercearia de Idéias.
Por Bruno Alves
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