terça-feira, 6 de agosto de 2013

Figuras 2013

Para dar sequência ao projeto de resgate da memória da dança no Brasil, a SPCD segue em produção de mais quatro episódios da série Figuras da Dança, iniciado em 2008. No total, foi registrada a trajetória de vida e carreira de 21 personalidades somadas a mais quatro que compõem agora o ‘Figuras’ 2013. A lista deste ano inclui a ‘quadra de ases’ formada por Hugo Travers, Eva Schul, J.C. Violla e Cecília Kerche, artistas emblemáticos da dança brasileira. O box do Figuras da Dança 2013 inclui quatro DVD´s e será lançado no final do ano. A direção é de Inês Bogéa.

O trabalhoso e intrigante processo de pesquisa durante a produção dos documentários revela histórias curiosas, engraçadas e emocionantes, presentes na memória dos artistas, que encontram no projeto a oportunidade de trazê-las à tona. Argentino radicado no Brasil, Hugo Travers enfrentou ‘mundos e fundos’, como diz o ditado, para seguir carreira como bailarino. “Com 15 anos escutei pelo rádio que o Teatro Colón (Argentina) abria inscrições para bailarinos. Viajei para Buenos Aires e me inscrevi. Contei para minha mãe e quando chegou o dia, me trancaram em casa. Perdi a audição”, conta Travers sobre o início de carreira. Durante a temporada do Ballet Nacional de Cuba em Buenos Aires, foi convidado por Alicia Alonso a substituir um bailarino num espetáculo. Neste convite, viu a oportunidade de correr o mundo exercendo sua paixão até chegar ao Brasil, onde fincou raízes e fez carreira no Grupo Corpo e no Balé da Cidade de São Paulo.

Além dele, outro destaque do Figuras deste ano é o paulista J.C Violla. Nascido em Lins, no interior de São Paulo, carrega em sua bagagem artística as funções de bailarino, ator, cantor, coreógrafo e professor de dança, além de importantes prêmios entregues pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) como melhor bailarino e coreógrafo revelação. “Eu me sinto um cara do presente e do futuro. Estou em constante pesquisa e ainda quero fazer muitas coisas”, fala Violla que, ao longo da carreira, protagonizou e produziu inúmeros espetáculos, com destaque para Valsa para Vinte Veias, de sua autoria; Falso Brilhante, no qual fez a preparação corporal da cantora Elis Regina; e Petruschka, adaptado por Naum Alves de Souza com coreografia de Célia Gouvêa, seus grandes parceiros de carreira.

Outro estrangeiro que adotou o Brasil como pátria amada é a italiana Eva Schul, que desembarcou em Porto Alegre com oito anos iniciando os estudos em balé com a professora Maria Julia da Rocha (1956-1964). A partir disto, dedicou sua vida à arte destacando-se como uma das precursoras da dança moderna no Brasil. Após estudos no Uruguai e Argentina, criou um laboratório de dança em Porto Alegre dentro de uma escola de balé, onde desenvolveu um centrado trabalho de pesquisa. A este espaço deu o nome de Mudança. “O Espaço Mudança gerou um movimento cultural onde se desenvolviam todas as linguagens artísticas; onde coexistiram artistas que desabrocharam e se tornaram conhecidos a partir de experiências dessa época”, conta Eva que segue seu trabalho como professora, coreógrafa e diretora da Ânima Companhia de Dança e do Grupo Experimental de Dança da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

Conterrânea de Violla, a linense Cecília Kerche iniciou a carreira em São Paulo, mas foi no Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro sua ascensão como bailarina. Em seu tour pelo globo, dançou como solista os balés Mirtha e Giselle, remontado por Peter Wright; participou do especial Ballerina em Nova York, produzido pelo canal BBC; dançou O Lago dos Cisnes com o Ballet Nacional de Cuba, convidada por Alicia Alonso; dança nos teatros de Odessa, Tashkent e Novosibirsky em turnê pela Rússia; dançou como convidada na temporada de comemoração dos 40 anos do Balé Nacional do Chile; além de outras participações em espetáculos. Em 2010, publicou o livro Cecília Kerche Palco e Vida, uma espécie de fotobiografia com imagens marcantes de seus 30 anos de carreira. Atua como primeira bailarina até hoje e, este ano, foi nomeada curadora artística do Festival de Dança de Joinville. 

Diante destes artistas está a equipe de produção da SPCD que, além do aprendizado, também se divertiu com os novos ‘figuras’. Abaixo, imagens do making of. 

Por Bruno Alves, de São Paulo
Creditos: Fernando Cunha / Diego Bandeira / Comunicação SPCD 





























































Um comentário:

  1. Eu, dona de um blog dedicado à Memória da Dança, acho linda a iniciativa da SPCD de colocar em foco as figuras que fazem parte da história da Dança do nosso país.
    Eu sonho com o dia em que a Dança terá o valor que merece, e com certeza a SPCD está fazendo a sua parte para que possamos, muito em breve, vê-lo se tornar realidade.

    Gostaria muito de saber se vocês pretendem fazer novos depoimentos públicos, tenho muita vontade de participar.

    Um Grande Abraço!
    Juliana Mel

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