quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Os bastidores de Eva Schul

De um campo de refugiados na Itália, a mestra da dança
revela o verdadeiro significado da palavra determinação


Mestra da dança contemporânea, Eva Schul 
Foto: Beatriz Ferreira/ Ateliê SPCD


Ana Cláudia Mattos
Especial de Campos do Jordão

Final de tarde do último dia 30 de outubro: a van que levava os mestres da dança convidados para o 3º Ateliê Internacional São Paulo Companhia de Dança, em Campos do Jordão, estacionou em frente ao meu prédio. Entrei e dei uma olhada geral: um pouco atrás, à janela, uma jovem senhora prestes a completar 70 anos de idade (aparenta bem menos), cabelos curtos e ruivos, olhos verdes e pela clara. Pensei: “essa deve ser brava”.

Não precisou de 24 horas para que eu percebesse que errei feio: a aparente braveza nada mais é do que uma discreta elegância de quem tem segurança na fala e uma invejável determinação. Eva Schul, bailarina que reinventou a dança moderna e contemporânea no sul do Brasil, nasceu em um campo de refugiados na Itália, no pós-Segunda Guerra, quando os pais, judeus húngaros, tinham saído de campos de concentração fugidos da perseguição nazista.

Amor pela dança - Aos três anos de idade, imigrou para Uruguai, sua primeira parada. Já aos noves anos, chegou ao Brasil para descobrir o seu amor pela dança. “Formei no balé aos 16 anos e fiz audição para o New York City Ballet (EUA), passei e entrei como bailarina estagiária”.
Eva conta que se dividia entre a escola de dança e companhia: “Nessa época no Brasil, apesar de aprender a dançar, a gente aprendia errado muitos nomes dos passos", diz.

Processos coreográficos no auditório Claudio Santoro
Foto: Edison Araya (bailarino e fotógrafo/ Ateliê SPCD)

Foi um ano dançando com o coreógrafo russo George Balanchine: “Mas ainda não era o que eu imaginava, queria algum veículo de expressão, queria falar com a minha dança”, ressalta a nossa mestra da dança.
Ela então retornou ao Brasil, entrou para a faculdade, casou e teve um filho. “Foi então que fui atrás de uma dança que eu tinha conhecido no primeiro congresso de dança no Brasil, que era a tal da dança moderna, ainda poucos faziam no Brasil, éramos expoentes, como Maria Duschenes e Renée Gumiel.”

Eva viajou para Uruguai e de lá para Argentina, onde passou alguns anos estudando Martha Graham com grandes nomes da dança da época. Voltou para o Brasil e criou um grupo de dança de estudos e pesquisas.

Nas férias, viajou aos Estados Unidos para um curso com o coreógrafo Alwin Nikolais: “Foi quando eu descobri a improvisação e a composição”, conta. Logo depois, mudou novamente para os Estados Unidos, onde permaneceu ao longo de sete anos. Nos anos 60, começava a surgir a dança pós-moderna.

Durante as férias, ministrava workshops no Balé Teatro Guaíra, no Paraná. “A primeira vez passei um mês, depois seis meses, um ano, ate que vi que não tinha mais volta para os Estados Unidos”, diz Eva.

A mestra da dança, então, introduziu a dança contemporânea no Balé Guaíra e ajudou a criar a Faculdade de Dança no Paraná. “Para dar a oportunidade para as pessoas de aprofundarem na dança, não só clássica como contemporânea.”

Em Porto Alegre - Mais tarde, Eva retornou a Porto Alegre com uma nova missão: ajudar a criar uma Faculdade de Dança. Ali ficou: há 25 anos dirige a Ânima Cia de Dança, atuando também como coreógrafa da Cia. Municipal e professora do Grupo Experimental da Prefeitura de Porto Alegre.

Toda essa emoção foi vivenciada pelos estudantes e plateia do 3º Ateliê Internacional SPCD, com a coreografia Passion Patrona. Um presente!

Eva Schul, muitos ensinamentos aos jovens bailarinos
Foto: Lívia Ribeiro/ Ateliê SPCD

Aos jovens bailarinos, Eva deixa o recado: “em primeiro lugar, pense bem no que realmente quer, faça escolhas. A dança é uma arte que exige sacrifícios, é preciso muito amor e consciência do que quer para chegar a algum lugar”, diz. “A ‘velha guarda’ era assim: quando a gente queria realmente alguma coisa, a gente conseguia porque se jogava”, finaliza.

Desliguei o gravador, mas o papo continuou: “Sabia que já fui hippie, criamos a segunda comunidade hippie do Brasil”, diz a mestra da dança. Eu: “nossa, deve ter sido uma hippie superelegante!”. Risos... Muito obrigada, Eva Schul!


segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Bailarino não pode ter preconceito com qualquer estilo de dança

Com um jeito apaixonante, Edson Santos é 
um daqueles professores que não deixa escapar nenhum detalhe




O bailarino e coreógrafo Edson Santos: mistura de doçura e exigência
Foto: Beatriz Ferreira/ Ateliê SPCD


Pamella Cavalhieri
(Supervisão Ana Cláudia Mattos)

Especial de Campos do Jordão

“O bailarino pode ter tudo, menos preconceito com qualquer técnica, qualquer estilo de dança”, orienta o coreógrafo Edson Santos, um dos mestres da dança convidados para o 3º Ateliê Internacional São Paulo Companhia de Dança, que aconteceu de 31 de outubro a 4 de novembro, em Campos do Jordão.

Com um jeito simples e carismático, Edson é um daqueles professores que faz questão de corrigir cada detalhe. Nos bastidores é divertido e, nas aulas, revela uma maneira toda própria de ensinar. Essa mistura de 'doçura e exigência', não poderia dar outra: coreografias deslumbrantes.

Professor e coreógrafo com ênfase em lyrical jazz e contemporary jazz, ele foi durante 13 anos bailarino assistente de coreografia da Roseli Rodrigues no Grupo Raça Cia de Dança, onde também foi coordenador de dança, assim como o Instituto Gustavo Gomes. Atualmente, ele é coreógrafo e diretor artístico da Cia. Independente de Dança de São Paulo.


Nenhum detalhe passa despercebido pelo professor
Foto: Marcos Alonso/ Ateliê Internacional

O ingresso na dança veio tardiamente, aos 18 anos de idade, quando abandonou atividades que exercia em seu dia a dia, como trabalho e universidade, onde retornou tempos depois.

Para o nosso mestre da dança, o estudante deve conhecer diversos estilos de dança, pois isso faz com que ele se aprimore a cada técnica aplicada. “A construção de um corpo inteligente e versátil”, ressalta.

Segundo ele, o evento foi uma oportunidade para os estudantes terem acesso a novos aprendizados. “A chance de se aproximar de experiências profissionais que poderão ter no futuro, de trabalhar em uma companhia profissionalmente”, diz.



As aulas de Edson Santos foram um presente para os estudantes
Foto: Beatriz Fidalgo/ Ateliê SPCD


E, para plateia, Edson Santos deixou um presente no espetáculo final: a coreografia Adeus, lindamente apresentada por estudantes do 3º Ateliê Internacional São Paulo Companhia de Dança.


O compasso do Brasil no 3° Ateliê de Dança



O mestre da dança Sérgio Rocha, convidado especial para o evento, conta um pouco sobre a sua trajetória e o gosto pela arte em geral 


O bailarino Sérgio Rocha, convidado especial para o 3º Ateliê Internacional
Foto: Joseph Arena/ Ateliê SPCD


Denyse Ribeiro
(Supervisão Ana Cláudia Mattos)

Especial de Campos do Jordão


“Quando se vê está todo mundo sorrindo e isso é importante”, diz o coreógrafo e professor de aula contemporânea Sérgio Rocha, sobre o contato dos alunos do 3º Ateliê Internacional São Paulo Companhia de Dança com a música popular brasileira. É uma mistura de dança com teatro, com humor e percussão corporal.

Rocha começou a fazer aulas de dança na pré-adolescência. Gostava de ir para festas com os amigos e fazer passinhos. Numa dessas festas, foram observados por uma professora, que lhes ofereceu bolsas para fazer aulas de jazz na escola que estava abrindo no bairro, em Belo Horizonte. O grupo aceitou o convite.  Mas, aos poucos, os amigos foram deixando as aulas e só Sérgio seguiu firme: “Já estava completamente apaixonado pela dança”.

Sérgio Rocha esbanja alegria durante as aulas no Ateliê
Foto: Lívia Ribeiro/ Ateliê SPCD

A paixão o levou para outras escolas, em que também recebeu bolsas: fez jazz, balé, moderno e sapateado. A condição era sempre que não faltasse às aulas: “a minha melhora técnica foi muito rápida”, lembra o bailarino, que hoje reúne ainda outras habilidades: é também coreógrafo, percussionista, cantor, compositor e professor de dança contemporânea, sapateado e percussão corporal em movimento.

A carreira profissional de Sérgio começou aos vinte anos de idade, passando pela Companhia Vacilou Dançou (RJ), República da Dança (SP) e Cisne Negro Cia. de Dança (SP). Em 2001, fundou a Companhia Repentistas do Corpo, onde hoje atua, coreografa e dirige seus trabalhos autorais.

Amor de infância - O amor pela música surgiu na infância, quando teve acesso dentro de casa a diversos gostos musicais. “Só que eu sempre gostei muito das festas brasileiras, do Carnaval, do São João; eu não posso ouvir um tambor que vou atrás”.

A primeira paixão do coreógrafo foi a dança, mas logo foi se envolvendo com outras artes, como a música e o teatro. “Quando eu começo a tocar, eu realmente me interesso pelos ritmos brasileiros, pelos sons, pelas músicas”. Rocha busca unir todas as experiências e aprendizados nos diversos segmentos da arte em suas aulas.

Energia contagiante durante performance no Museu Felícia Leirner
Foto: Beatriz Fidalgo/ Ateliê SPCD

Durante o evento, o coreógrafo deixou o recado: “temos que abrir nossos ouvidos, a música oferece um leque de possibilidades, principalmente os jovens que estão sempre atrás de moda”. E um pouco dessas possibilidades puderam ser vistas na brilhante coreografia Antropofágicos, apresentada no espetáculo final do evento, na noite de sábado (4), no auditório Claudio Santoro, em Campos do Jordão.


Espetáculo fecha com ‘chave de ouro’ o 3º Ateliê Internacional

Evento reuniu apaixonados pela dança de todos os cantos do Brasil, durante cinco dias de aulas, palestras e processos coreográficos em Campos do Jordão


Ana Cláudia Mattos
Especial de Campos do Jordão


Coreografia Estudo Bach, de Edison Araya
Foto: Beatriz Ferreira/ Ateliê SPCD

A noite de sábado (4) fechou com ‘chave de ouro’ o 3º Ateliê Internacional São Paulo Companhia de Dança (SPCD), que aconteceu desde o dia 31, no auditório Claudio Santoro e Museu Felícia Leirner, em Campos do Jordão. Foi um espetáculo inesquecível, após cinco dias de aulas e processos coreográficos com mestres da dança: Edison Araya, Sérgio Rocha, Eva Schul, Edson Santos, Ady Addor.

O 3º Ateliê Internacional reuniu mais de 100 bailarinos e professores do país e exterior, num universo mágico de pessoas apaixonadas pela dança. Durante cinco dias de Ateliê, os bailarinos participantes se dividiram em dois grupos distintos para aulas de balé clássico, dança contemporânea e jazz e participaram de processos coreográficos.

Para o superintendente da São Paulo Companhia de Dança, Luca Baldovino, o 3º Ateliê Internacional cumpriu sua missão: “O Ateliê é sempre um evento muito feliz, uma festa, trabalhar com dança tem a ver com muito prazer. E ver o resultado dos processos coreográficos, diante de um período tão curto, é lindo de ver”, enfatiza Baldovino.

Coreografia Antropofágicos, de Sérgio Rocha
Foto: Beatriz Ferreira/ Ateliê SPCD


Pura emoção – O 3º Ateliê Internacional teve a coordenação impecável da diretora artística da SPCD, Inês Bogéa. “O Ateliê permite que os alunos possam vivenciar o dia a dia de uma companhia profissional, que vai desde a variedade de gêneros da dança, com aulas e processos coreógrafos, até essa convivência íntima que é similar de quando uma companhia de dança viaja. O espetáculo da São Paulo Companhia de Dança durante o Ateliê é uma troca, eles ficam emocionados de um lado e de outro, e essa energia você sente na plateia”, ressalta Inês.

Toda essa vivência resultou num grande espetáculo ao final do evento, na noite de sábado (4), no auditório Claudio Santoro. Foram apresentadas as coreografias: Estudo Bach, de Edison Araya; Adeus, de Edson Santos; Passion Patrona, de Eva Schul; e Antropofágicos, de Sérgio Rocha. O envolvimento dos coreógrafos convidados com os estudantes não poderia ter outro resultado: um espetáculo emocionante, que ficará na memória e no coração de todos.

Coreografia Passion Patrona, de Eva Schul
Foto: Wesley Claro/ Ateliê Internacional

Para abrir o espetáculo, foram convidados alunos das escolas de dança Vanessa Ballet e Expressão em Movimento, de Campos do Jordão, que apresentaram as belas coreografias Le Grand Valse, de Vanessa Ellias, e Shiva Nataraja, de Silvana Santos, respectivamente.

Para os participantes do Ateliê Internacional, o evento serviu para muito aprendizado e novos amigos: “O Ateliê foi muito engrandecedor, tanto como bailarino, como pessoa”, ressalta Andriw Araújo, 25 anos, que saiu do Rio de Janeiro para participar do 3º Ateliê.

Coreografia Adeus, de Edson Santos
Foto: Wesley Claro/ Ateliê SPCD

O Ateliê Internacional é uma realização do Governo do Estado de São Paulo e Secretaria de Estado da Cultura via Proac (Programa de Ação Cultural), Associação Pró-Dança e São Paulo Companhia de Dança. 

sábado, 4 de novembro de 2017

São Paulo Companhia de Dança encanta plateia no auditório Claudio Santoro

Espetáculo da SPCD serve de inspiração para estudantes que participam do 3º Ateliê Internacional, em Campos do Jordão
Denyse Ribeiro
(Supervisão Ana Cláudia Mattos)
Especial de Campos do Jordão

Após cinco dias entre aulas e processos coreográficos, os participantes do 3º Ateliê Internacional viraram espectadores na noite de sexta-feira (3). Misturados ao público, eles lotaram a plateia do auditório Claudio Santoro, em Campos do Jordão, para prestigiar os espetáculos da São Paulo Companhia de Dança (SPCD) e do Núcleo de Dança Fundação Lia Maria Aguiar, de Campos do Jordão.


Elenco SPCD em Suíte de Raymonda (2017), de Guivalde de Almeida
Foto: Joseph Arena

A São Paulo Companhia de Dança, dirigida por Inês Bogéa, apresentou as coreografias Suíte de Raymonda (2017), de Guivalde de Almeida a partir do original de 1898 de Marius Petipa (1818-1910), Gnawa (2005), de Nacho Duato, e Instante (2017), de Lucas Lima.
Segundo a diretora artística da SPCD, Inês Bogéa, os espetáculos são uma inspiração para os alunos do Ateliê: “assistir aquilo que eles almejam chegar algum dia, serem profissionais, é também instigante e revelador”, ressalta. 

O espetáculo serve como um espelho: “trago um repertório variado, que vai do clássico ao contemporâneo, para que cada um dos bailarinos que participa do Ateliê possa se identificar com alguma das obras”, diz Inês.

Para os profissionais da SPCD, é uma oportunidade de se ver refletido no olhar dos alunos e relembrar o início da carreira: “eles ficam emocionados de um lado e de outro e essa energia você sente na plateia, é como se o palco se estendesse para a plateia e a plateia abraçasse o palco, uma delícia de ver.”

Segundo o bailarino da SPCD Otávio Portela, a apresentação do 3º Atéliê foi marcante: encontrou dois bailarinos da escola de Balé Jovem de Salvador, que forma e profissionaliza bailarinos, por onde já passou. “Hoje estou do outro lado, não sou mais um bailarino do Ballet Jovem, estou na Companhia [SPCD]”.

Elenco do Núcleo de Dança da Fundação Lia Maria Aguiar em Transcendente, de Fabiana e Carolina Nemeth
Foto: Joseph Arena

Fundação Lia Maria Aguiar – A abertura da noite ficou por conta do Núcleo de Dança da Fundação Lia Maria Aguiar, de Campos do Jordão, com a coreografia Transcendente, de Carolina Nemeth e Fabiana Nemeth.

Para as bailarinas do Núcleo de Dança, a abertura do evento foi motivo de orgulho. “Foi maravilhoso, achamos uma grande responsabilidade”, afirma Ana Beatriz Costa dos Santos, 17 anos. “Ficamos muito felizes em fazer parte do mundo da dança e encantadas om o espetáculo da SPCD”, acrescenta Maria Vitória Correia dos Santos, 15 anos.

Aplaudidos de pé, os espetáculos encantaram a plateia pela precisão, leveza e sincronia dos bailarinos. As apresentações foram abertas ao público com entrada gratuita.
O Ateliê Internacional São Paulo Companhia de Dança é uma realização do Governo do Estado de São Paulo e Secretaria de Estado da Cultura via Proac (Programa de Ação Cultural), Associação Pró-Dança e São Paulo Companhia de Dança.



O bailarino chileno Edison Araya, um dos convidados especiais para o evento, conta um pouco da sua trajetória profissional e a paixão pela dança


Denyse Ribeiro
(Supervisão Ana Cláudia Mattos)
Especial de Campos do Jordão


O bailarino Edison Araya no Museu Felícia Leirner
Foto: Beatriz Fidalgo/3° Ateliê Internacional SPCD

Edison Araya cresceu vendo a irmã fazendo aulas de balé. “Mas foi só aos vinte e um anos que eu decidi começar a dançar”, conta o mestre da dança, que participa do 3º Ateliê Internacional São Paulo Companhia de Dança, até a noite deste sábado (4), em Campos do Jordão.

Ele começou a dançar numa escola da cidade, ao sul do Chile, e para assistir as aulas precisava driblar a rotina. Na época, trabalhava num posto de gasolina e saía todas as noites uma hora e meia do trabalho para ir à academia de dança e depois retornar ao trabalho.

Após três meses na escola da cidade, Araya foi para Santiago fazer audição. No entanto, não foi aceito de início por causa da idade, relembra ele. “O pessoal da companhia disse que se quisesse poderia ficar e fazer aula duas semanas”. Tempo suficiente para mostrar seu talento e dedicação, conquistando a vaga.

Mudou-se para Santiago e fez aula de tudo, até com as crianças, para alcançar o nível. No ano de 1998 entrou para o corpo de baile do Ballet de Santiago do Chile, companhia que atua até hoje. “A gente tem que ter força interna, convicção para ir em frente, continuar e ir atrás do seu sonho”, enfatiza.


Araya ministra aula durante o 3° Ateliê Internacional SPCD no Auditório Claudio Santoro
Foto: Beatriz Fidalgo/3° Ateliê Internacional SPCD

E foi assim, com muita garra, que Araya  construiu uma carreira sólida: desde 2002 leciona e já ministrou aulas nas Faculdade de Artes da Universidade do Chile, na escola de Brigitte D’Harroche em Barcelona, na Espanha, e na Academia de Dança Clássica de Brasília. “O corpo da gente não tem limite, o limite está na cabeça”.

Esse é o último ano do bailarino na Companhia. “Eu decidi que eu queria deixar de dançar e não queria que a dança me deixasse”. Aos 44 anos, pretende agora focar na carreira de professor: “toda a paixão que eu sinto estou tentando colocar na pedagogia, para os alunos, tentar tirar o melhor deles”.

Convidado internacional do 3º Ateliê Internacional, Araya deixa uma lição: “como eu comecei a dançar tarde eu sempre achei que a gente pode mais, tem que puxar até conseguir”. Na bagagem de volta, o bailarino leva lindas fotos do evento tiradas com sua câmera pessoal, sua outra paixão, e no coração carrega a certeza de novos amigos brasileiros.



A fotografia é outra paixão de Edison
                                             Foto: Beatriz Ferreira/3° Ateliê Internacional SPCD


                                                 Araya e Inês Bogéa, diretora artística da SPCD
                                              Foto: Wesley Claro/3° Ateliê Internacional SPCD


sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Performance reúne bailarinos no jardim do Museu Felícia Leirner

Mais de 120 bailarinos se reuniram numa apresentação ao ar livre, marcando mais um momento inesquecível do 3º Ateliê Internacional da São Paulo Companhia de Dança

Jamille Gabriely
(Supervisão Ana Cláudia Mattos)
Especial de Campos do Jordão

Inês Bogéa (centro) e os participantes do 3º Ateliê Internacional SPCD hoje à tarde
Foto: Joseph Arena

O jardim do Museu Felícia Leirner, em Campos do Jordão, foi palco na tarde desta sexta-feira (3), da performance que reuniu mais de 120 bailarinos, professores e mestres da dança. O evento faz parte do 3º Ateliê Internacional São Paulo Companhia de Dança (SPCD), que acontece até amanhã (4).

Os participantes dos processos coreográficos do Ateliê e os bailarinos e músicos da SPCD se reuniram em momentos de descontração.  Variedade de ritmos como o baião e forró animaram a performance, prestigiada por visitantes e turistas que aproveitam o feriado prolongado em Campos.
Foi o caso do casal Fernanda e Edivaldo Santos, ambos com 29 anos, que moram em Praia Grande. “Somos professores de dança de salão e fico muito feliz em me deparar com esse evento surpreendente bem quando estamos aqui”.

Sérgio Rocha toca zabumba durante a performance O Palco é Seu
Foto: Joseph Arena

Ateliê – O 3º Ateliê Internacional São Paulo Companhia de Dança, que acontece no Auditório Claudio Santoro e Museu Felícia Leiner, em Campos do Jordão, reúne mais de 100 bailarinos e professores do país e exterior. O Ateliê, que termina amanhã (4), é aberto para visitação do público.
Os estudantes tiveram a oportunidade de aprender com mestres de renome nacional e internacional: Ady Addor, Eva Schul, Edson Araya, Edison Santos, Sérgio Rocha, Carlos Eduardo Pereira da Silva, Gisèle Santoro e Inês Bogéa.

Durante o evento, que começou dia 31 de outubro, os bailarinos e professores se dividiram em dois grupos distintos para aulas de balé clássico, dança contemporânea e jazz e participaram de processos coreográficos. Toda essa vivência resultará num grande espetáculo ao final do evento, neste sábado, às 20h15, no Auditório Claudio Santoro.


Gisèle Santoro interage com músicos durante a performance O Palco é Seu
Foto: Joseph Arena/3º Ateliê Internacional SPCD

O Ateliê Internacional é uma realização do Governo do Estado de São Paulo e Secretaria de Estado da Cultura via Proac (Programa de Ação Cultural), Associação Pró-Dança e São Paulo Companhia de Dança. A programação completa pode ser conferida no site www.spcd.com.br.


Particpantes do 3º Ateliê Internacional SPCD nesta tarde no Museu Felícia Leirner
Foto: Joseph Arena/3º Ateliê Internacional SPCD


No final da perfprmace O Palco é Seu, os participantes do 3º Ateliê Internacional SPCD se reúnem para foto de Joseh Arena/3º Ateliê Internacional SPCD


Ady Addor transmite seus ensinamentos a grupo de professores

Texto: Jamille Gabriely
Postado por: Pamela Cavalhieri
(Supervisão Ana Cláudia Mattos)


Ady Addor durante aula para professores durante o 3° Ateliê Internacional SPCD
Foto: Wesley Claro/3º Ateliê Internacional SPCD
O grupo de professores olha atento aos ensinamentos da mestra. Ela, por sua vez, retribui com a elegância de quem carrega na bagagem uma história de vida dedicada à dança. A bailarina Ady Addor é uma das convidadas do 3º Ateliê Internacional São Paulo Companhia de Dança, que acontece até amanhã (4), no auditório Claudio Santoro e Museu Felícia Leirner, em Campos do Jordão.

Ady Addor ressalta ao grupo a importância da cautela e bom senso que são necessários para ensinar balé infantil. “Tem que incentivar as crianças. O ensino do balé em diferentes fases tem sua complexidade, crianças são mais fácies para moldar o corpo”, ressalta.

Nesse momento, os professores viram alunos, como é o caso de Marie Bueno, 51 anos, de São José dos Campos, que faz parte do grupo experimental dança-teatro.  A professora ingressou no balé aos 11 anos de idade e nunca mais parou.


A professora de dança Marie Bueno durante o Ateliê no Auditório Claudio Santoro
Foto: Wesley Claro/3º Ateliê Internacional SPCD

O balé entrou na vida de Marie por acaso e já são 40 anos de profissão: “estava acompanhando minha mãe que levava a minha irmã para fazer aula, quando entrei na academia e vi um quadro de uma bailarina, quis isso pra mim”.

A professora ressalta a participação no 3º Ateliê Internacional: “é importante alimentar-se e qualificar-se acerca do universo da dança”, ressalta.


Paixão pelo baléA carioca Ady Addor foi primeira bailarina e atuou em companhias como o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Balé do IV Centenário, Ballet Nacional de Cuba e American Ballet Theatre, de Nova York. Foi professora do Balé da Cidade e continua sendo uma das mais respeitadas maitresses de balé do país.


O detalhe faz a diferença


Postado por Pamela Cavalhieri
(sob supervisão de Ana Cláudia Mattos)

Marcos Vinícius Arantes dos Santos conheceu e começou a praticar balé aos 14 anos. Logo ingressou na Companhia Estável de Bauru, onde está até hoje. O empenho do bailarino que vem de uma família de assentamento sem-terra em Pederneiras, interior de São Paulo, o levou para estudar em Vancouver, Canadá, na renomada escola Ballet Bloch. Depois de meses de estudos fora do país ele retornou ao Brasil e está participando do 3ºAteliê Internacional SPCD. Confira um pouco dessa experiência no vídeo publicado em nossa fanpage 
https://goo.gl/efP9cX 

Por Denyse Ribeiro e Lívia Ribeiro (Sob supervisão de Ana Cláudia Mattos)




O bailarino Marcos Vinícius Arantes dos Santos
Marcos Alonso/3º Ateliê Internacional SPCD 







quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Com vocês, nossas grandes bailarinas

3º Ateliê Internacional, em Campos do Jordão, recebe renomadas bailarinas 
para compartilhar experiências com mais de 100 estudantes

Denyse Ribeiro, Jamille Gabriely e Pamela Cavalhieri
(Supervisão Ana Cláudia Mattos)

Especial de Campos do Jordão

Eva Schul, Gisèle Santoro e Ady Addor (da esq. para dir.)
Foto: Lívia Ribeiro/3º Ateliê Internacional SPCD

O palco do auditório Claudio Santoro, em Campos do Jordão, ficou pequeno durante toda a semana diante de grandes personalidades do universo da dança. Com doçura na fala e leveza nos passos, elas se tornam gigantes quando entram em cena: Gisèle Santoro, Ady Addor e Eva Schul.
E por um momento, os estudantes do 3º Ateliê Internacional São Paulo Companhia de Dança (SPCD) descem do palco e viram espectadores. Atenta, a plateia assiste “Uma História de Vida”, ou melhor, a história de vida da bailarina Gisèle Santoro contada pela própria.

De uma família ligada às artes, a carioca Gisèle se interessou pela dança ainda na infância: tocava piano, recitava poesias, encenava e dançava. Ingressou no balé clássico aos 15 anos, idade considerada tardia para quem quer se profissionalizar como bailarino. “A dança pra mim era uma coisa espontânea, o que mais gostava de fazer, quando minha alma ia para o céu”, relembra Gisèle.


Para a bailarina, a palavra chave sempre foi determinação. Assim, seguiu o seu sonho e construiu um carreia notória. Diplomou-se na Escola do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e posteriormente integrou o corpo de baile. Fez parte da Fundação Brasileira de Ballet, convidada por E. Feodorova. Fundou em 1985 o Ballet de Brasília. Além atuar como membro dos júris dos concursos internacionais de dança.


Aula de Eva Schul durante o 3º Ateliê Internacional SPCD
Foto: Marcos Alonso/3º Ateliê Internacional SPCD


Veículo de expressão – Nascida em Cremona (Itália), Eva Schul reinventou a dança moderna e contemporânea no sul do Brasil. Contribui na criação dos cursos de Dança e Teatro da Pontifícia Universidade Católica (PUC/ PR).

Segundo ela, a aula de dança contemporânea é construída em cima de conceitos e de princípios de um corpo no espaço, portanto, é necessário compreender a sua anatomia. “Ter consciência do corpo, de como ele se move, para que ele se torne futuramente um veículo de expressão, tenha o seu discurso e não seja simplesmente um corpo que se move aleatoriamente”, ressalta.

 Há 25 anos, Eva dirige a Ânima Cia. de Dança em Porto Alegre, atuando também como coreógrafa da Cia. Municipal e professora do Grupo Experimental da Prefeitura de Porto Alegre.

Paixão pela dança – A carioca Ady Addor foi primeira bailarina e atuou em companhias como o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Balé do IV Centenário, Ballet Nacional de Cuba e American Ballet Theatre.


Ady Addor durante aula no Auditório Claudio Santoro
Foto: Marcos Alonso/3º Ateliê Internacional SPCD 

Apaixonada pela dança, Ady Addor é uma verdadeira inspiração para os estudantes e professores que participam do 3º Ateliê Internacional SPCD. Paixão que dedica-se atualmente a levar às salas de aula.
Para a bailarina, dançar é algo bem maior do que uma coreografia: “é amar essa arte que é a dança, se dedicar, se doar em todos os momentos, se entregar para soar das notas musicais e segui-las com os pés e alma de uma encantadora bailarina.”

Ateliê – O 3º Ateliê Internacional São Paulo Companhia de Dança acontece até sábado (4), no Auditório Claudio Santoro e Museu Felícia Leirner. O evento reúne mais de 100 bailarinos e professores do país e exterior. O evento é aberto para visitação do público.

O Ateliê Internacional é uma realização do Governo do Estado de São Paulo e Secretaria de Estado da Cultura via Proac (Programa de Ação Cultural), Associação Pró-Dança e São Paulo Companhia de Dança.


A programação completa pode ser conferida no site www.spcd.com.br.




Cuidado com o corpo na dança é fundamental

O 3º Ateliê Internacional São Paulo Companhia de Dança, em Campos do Jordão, recebeu o fisioterapeuta Carlos Eduardo Silva para falar sobre os cuidados com o corpo

Denyse Ribeiro e Jamille Gabriely
Postado por Pamela Cavalhieri
(Supervisão Ana Cláudia Mattos)
Especial de Campos do Jordão      


Carlos Eduardo Pereira da Silva fala sobre saúde na dança
Foto: Beatriz Fidalgo/3º Ateliê Internacional SPCD

A busca pela perfeição no balé vem acompanhada do esforço extremo, de levar o corpo ao limite.  No entanto, nesse movimento, é necessário fazer do cuidado com o corpo uma prioridade.
A recomendação é do fisioterapeuta Carlos Eduardo Pereira da Silva, que ministrou palestra durante a abertura do 3º Ateliê Internacional São Paulo Companhia de Dança, na última terça-feira (31), em Campos do Jordão.  O evento termina neste sábado (4).

Para quem dança, segundo Silva, o acompanhamento profissional é indispensável. “Quando o bailarino conhece um pouco da mecânica do corpo, ele sabe até onde pode ir. Muitas vezes a lesão é resultado do desconhecimento do próprio limite”, ressalta.

Atento à explanação, o bailarino Octávio Polette, 22 anos, de Caraguatatuba, identificou durante a palestra algumas dores que esteve sentindo. “É uma satisfação poder obter novos conhecimentos”, disse.

O especialista ressalta que, infelizmente, lesões acabam sendo comum entre os profissionais da dança. “É preciso respeitar a hora de parar e saber a hora certa para descansar.”
Segundo o fisioterapeuta, é necessário procura ajuda profissional em caso de dores. Além disso, acrescenta ele, a prevenção é fundamental: "a cada três meses é preciso fazer uma avaliação completa, principalmente nas articulações”, finaliza.


Foto: Beatriz Ferreira/3º Ateliê Internacional SPCD

Ateliê - O Auditório Claudio Santoro e Museu Felícia Leirner, em Campos do Jordão (SP), sediam o 3º Ateliê Internacional São Paulo Companhia de Dança. O evento reúne mais de 100 bailarinos e professores do país e exterior, até o dia 4 de novembro, num consenso: o amor pela dança.  O Ateliê é aberto para visitação do público.

Os estudantes têm a oportunidade de aprender com mestres de renome nacional e internacional: Ady Addor, Eva Schul, Edson Araya, Edison Santos, Sérgio Rocha, Gisèle Santoro e Inês Bogéa. A programação inclui aulas, palestras e oficinas.

O Ateliê é realizado pelo Governo do Estado de São Paulo e Secretaria de Estado da Cultura via Proac (Programa de Ação Cultural).

O evento tem patrocínio de O Boticário Na Dança, Escala 7 Editora Gráfica e Vedacit, com parceria do Instituto CPFL e da ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), e apoio da Capezio Campos do Jordão e Região Convention & Visitors Bureau.

Serviço – O Auditório Claudio Santoro e Museu Felícia Leirner ficam localizados à Avenida Dr. Luís Arrobas Martins, 1.880, no Alto da Boa Vista, em Campos do Jordão.

Confira a programação completa do Ateliê Internacional no www.spcd.com.br.


quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Veja alguns cliques do primeiro e segundo dia do 3° Ateliê Internacional SPCD

Inês Bogéa, diretora artística da São Paulo Companhia de Dança, e a bailarina Gisèle Santoro.
Foto: Beatriz Fidalgo/3° Ateliê Internacional SPCD

Ana Cláudia Mattos Carvalho, Joseph Arena, Sérgio Rocha, Edison Araya, Edson Santos, Eva Schul, Ady Addor e Inês Bogéa (da esq. para dir.), durante a abertura do 3° Ateliê Internacional SPCD.
Foto: Celina Cardoso/SPCD

Edison Araya durante aula de balé.
Foto: Beatriz Fidalgo/3° Ateliê Internacional SPCD

Edson Santos durante aula de jazz.
Foto: Lívia Ribeiro/3° Ateliê Internacional SPCD

Foto: Marcos Alonso/3° Ateliê Internacional SPCD

Foto: Wesley Claro/3° Ateliê Internacional SPCD

Foto: Beatriz Ferreira/3° Ateliê Internacional SPCD

Foto: Beatriz Fidalgo/3° Ateliê Internacional SPCD

Postado por Pamela Cavalhieri
(sob supervisão de Ana Cláudia Matto)