sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Os aprovados de 2011

Os bailarinos que foram aprovados na audição passada (2011) da São Paulo Companhia de Dança hoje puderam reviver este momento enquanto aqui, rolavam as audições para a temporada 2012.
“Eu tive que pedir demissão da companhia em que estava para fazer a audição. Apostei todas as minhas fichas. A SPCD me encantava, e valeria a pena qualquer sacrifício. Eram 64 homens e fiquei entre os 7 para a última fase”, disse Nelson Pacheco. Juliana Leonel, embora estivesse ansiosa porque era o seu primeiro trabalho, se divertiu, “A audição é uma caixinha de surpresa, pois não sabemos o perfil que a Companhia busca”. Para eles, o pior momento era o da eliminação dos candidatos.  “Hoje me vejo neles, e penso que há um ano atrás, era eu quem estava ali”, contou Karina Moreira.


Por Jéssica Gambeta | de São Paulo

Tá rolando...


Aline Campos em Serenade

Começou a terceira parte da audição, agora os 10 bailarinos estão passando por uma análise de perfil com o RH e também por testes de avaliação física. O clima aqui na SPCD é bom, um misto de tranquilidade e emoção. Às vezes nos pegamos nervosos por eles, com eles. Todos conversam, brincam. Eles têm o mesmo objetivo. Johnny Ferreira estava entusiasmado. “A pior parte já foi, o maior nervosismo já passou, agora tudo que preciso é de confiança e calma, espero que dê tudo certo”. Aline Campos, que já dançou na Companhia estava um pouco mais ansiosa que Johnny. “Já fiz parte, queria voltar pra cá, isso dá um certo nervosismo, embora já conheça aqui, as coisas mudam, e isso me deixa mais ansiosa ainda”.

Por Marina Sakovic | de São Paulo  

O desafio do "sim"

A sala da SPCD: hoje outros bailarinos passam por aqui
Hoje a SPCD realiza a sua quarta audição. É um momento de tensão para todos os envolvidos. De um lado, aqueles que quem entrar na Companhia, de outro, a direção, que tem que fazer uma escolha (ou mais de uma). Uma escolha baseada no que a companhia busca e precisa nesse momento. A cada ano a "competição" fica mais difícil e complicada porque aparecem bailarinos mais preparados e a SPCD também já tem uma identidade com o elenco atual. É um grande desafio. Se uma bailarina não é selecionada, não quer dizer que ela não esteja preparada para entrar em uma companhia profissional, porém, neste momento ela não se encaixa no perfil procurado.
Sempre será assim. O desafio do "sim" é diário. Não só na dança, mas na vida. A todo tempo fazemos escolhas. Você escolheu mandar o seu material para audição. Escolheu vir tentar. O outro lado agora avalia. É uma prova. Tem dias que vamos bem, outros nem tanto. Algumas vezes somos os melhores dentro daquele grupo de pessoas, em outros, tem gente melhor que a gente. Desafio difícil.


O coração bate forte. Nós que estamos nos bastidores queremos ver a todo momento o que acontece, em que parte da aula se está, qual o físico do número x, o que o número y faz de diferente. Como está o pé daquela bailarina que a gente já conhece? Ela está preparada? Está bonita? Essas são algumas perguntas que fazemos aqui, do lado de fora. Parece que dançamos com eles dentro da sala. Ficamos até distantes do vidro para que não vejam que estamos ali faz tempo... Observamos. Torcemos para a menina não cair e para os meninos girarem impecáveis double tours.


A eliminação, que faz parte de qualquer processo, é uma passagem. Uns vão, outros ficam. A vida também é assim. As escolhas sempre nos pautam e nesse momento pautam as diretoras da SPCD. Olhares se cruzam. Elas dançam ali também.


Não sabemos o número de bailarinos que devem ser contratados (claro que a direção sabe... ), serão mais meninos? Mais meninas? Nós, aqui, dividimos isso com você que nos lê. Que acompanha o blog minuto a minuto e que está ultramente conectado no Twitter, que é ligado ao nosso Facebook. ´Quais serão os nomes que ocuparão a sala da SPCD no ano que vem? O desafio agora é ocupar o espaço, preencher talvez um vazio com movimento.


SOBRE AS AUDIÇÕES - As primeiras audições foram realizadas em 2008 em Belém, Recife, Brasília, Porto Alegre, e na Argentina, com audição final em São Paulo. Foram 824 inscritos e desses foram contratados 39 bailarinos. Em 2008 elas aconteceram novamente, e em 2009 e 2010 também. Esse ano recebemos a inscriçao de 79 mulheres e 54 homens, passando para a segunda fase, 10 mulheres e 16 homens. E agora na terceira... 5 homens e 5 mulheres. Nas audições os candidatos passam por provas de técnica clássica, sequências de dança moderna e contemporânea e frases coreográficas do repertório da Companhia.


por Marcela Benvegnu | de São Paulo

Ansiedade das meninas para audição da São Paulo Companhia de Dança

No fundo de um corredor da sede da São Paulo Companhia de Dança, 10 meninas se aquecem, todas em busca do mesmo objetivo: Se tornar uma bailarina profissional, viver do que lhes dá prazer, todas em busca de realização profissional, mas principalmente, pessoal. Não dá pra esconder o nervosismo, dá pra notar pelo olhar. Todas dizem que o coração está palpitando cada vez mais forte. Mexem os pés, alongam, dão risada, mexem nos cabelos, os humores e sensações parecem alternar bastante, ora nervosismo, ora alegria, ora ansiedade. Agora é esperar, dar o melhor de si, e torcer. Boa sorte à todas!

Por Marina Sakovic | de São Paulo

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Lá e cá. Um diário.

Como prometemos no post Uma argentina, na Argentina, abaixo está o diário dos bailarinos Norton Fantinel e Liana Vasconcelos sobre a semana que ambos passaram, na Argentina, e na sede da SPCD, respectivamente. Enquanto uma turma viajou para se apresentar no FIBA - Festival Internacional de Buenos Aires, outra ficou aqui, ensaiando para as próximas apresentações. Nesse post você entra na intimidade desses acontecimentos em detalhes, e conhece um pouco mais sobre esses bailarinos. Confira.

Quinta –feira  | Dia 22 de setembro
Galera da SPCD no aeroporto
Norton e Bóris no restaurante japonês
 










NA ARGENTINA: Cheguei na sede da SPCD as 6h e peguei o ônibus com meus colegas para o aeroporto de Guarulhos. No caso fui escalado para ir junto ao primeiro grupo.  Chegando no aeroporto fiz o check in e fui comprar alguns pesos. Comecando a parte boa da viagem segui em direção a Duty Free la entrei com o objetivo de comprar uns presentinhos e, claro, houve a coincidência ao chegar no aeroporto de estragar meu headphone. Acabei me dando de presente um novo.  Chegando em Buenos Aires, um frio de rachar, nos dirigimos para o hotel onde fizemos um check in rápido e logo fomos  almoçar todos em um restaurante chamado Billares. Ao fim do almoço eu, Irupe e Nielson fomos passear um pouco passamos primeiramente por vários teatros Teatro San Martin ,Teatro Presidente Alvear no qual nos apresentamos, dentre outros. Ficamos no Atlas Tower Hotel, que fica localizado na avenida Corrientes, que é como se fosse a Broadway,  onde encontram-se quase todos teatros. Também passamos em frente ao Obelisco e atravessamos uma das avenidas mais largas do mundo a Av. 9 de julho, que é uma das principais avenidas de Buenos Aires e uma das mais largas do mundo, com 140 metros. A avenida recebeu este nome para homenagear a data da Independência Argentina (9 de julho de 1816). Claro que durante nossa caminhada fomos a uma loja de guloseimas, na qual compramos alguns alfajores e chocolates. Como legítimos bailarinos adoramos um doce e passamos na frente do Teatro Colón, um teatro com muita tradição e uma história. Chegando ao final de nosso passeio voltamos para o hotel tomei um banho para relaxar e fui jantar. Saí para jantar e fui a um restaurante de comida japonesa, que adoro, mas achei o espetinho um pouco pequeno demais como um bom gaúcho não poderia deixar de tocar nesse assunto. (Norton Fantinel)
NA SPCD: Começamos nosso dia com uma aula de música incrível da nossa pianista Rosely Ezequiel.  Ela nos explicou sobre os ritmos musicais usados na dança de corte, como Sarabanda, Minueto,entre outros. Escutamos também um CD de Bach e vimos um DVD de uma gala de Balanchine. Logo depois, tivemos aula de balé clássico com o Zé Ricardo Tomazelli.  Uma aula super tranquila de fazer, mas que ao mesmo tempo nos faz trabalhar bastante a consciência de cada movimento e a sua execução. Após a aula, ensaiamos Theme and Variations e Tchaikovsky Pas de Deux, de George Balanchine. Ainda tivemos alguns minutinhos de condicionamento físico antes do almoço. Fizemos abdominais, flexões e todos os exercícios de prevenção de lesões. Após o almoço: a aula de contemporâneo com o Jhean Allex.  Foi a parte mais empolgante do dia: uma aula super dançante, onde ele consegue explorar a individualidade dos bailarinos, cada um executando os movimentos organicamente, do seu jeito. Depois disso, aproveitamos para fazer alongamentos e dar uma relaxada no corpo, que estava bem fadigado após a aula de contemporâneo. Depois de acabado o nosso horário de trabalho, eu tive massagem com a nossa terapeuta corporal Cissa Santini, para aliviar as tensões e os nós musculares. (Liana Vasconcelos)

Sexta-feira | Dia 23 de setembro
NA ARGENTINA: Pela manha resolvi descansar um pouco então acordei tomei um banho e lá pelo meio dia fui almoçar. Após o almoço passeei com Beth (quem eu chamo de minha segunda mãe na cia) e passeamos em frente do Congresso Nacional. Após o passeio fui  à farmácia e comprei alguns sais para tomar um banho de banheira e relaxar um pouco para me preparar para o primeiro dia de ensaios. Chegando ao Teatro começamos a fazer aula e já no primeiro passo da barra todos bailarinos estranharam um pouco o palco pois ele era inclinado, uma coisa que foge do nosso costume porque para o bailarino que é acostumado a dançar em palcos planos há uma mudança significativa  no nosso eixo principalmente para piruetas. Começaram os ensaios e posso ver que os bailarinos estão prontos para desbravar com seu talento mais um país assim como fizemos na Alemanha. O que mais senti no ensaio enquanto estava passando meu pas de deux com Paula foi a inclinação,  parecia que o palco te puxava para frente eu sentia que tinha que projetar meu externo para cima e também minha panturrilha ficava muito dolorida.  (Norton Fantinel)

Turma que ficou em São Paulo em aula com Jean Allex na SPCD
NA SPCD:  Começamos nosso dia com a aula do Zé Ricardo. Depois  tivemos um período de condicionamento físico, usando pesinhos, bola, rolinho. Cada  bailarino fazendo o que achava importante para melhorar sua força e resistência muscular. Depois assistimos alguns vídeos, dentre eles Car-men, de Jiri Kylian e alguns vídeos de Balanchine, como Stars and Stripes e Concerto Barroco. A tarde,fizemos a aula de Contemporâneo do Jhean. Ele passou um trabalho bem intenso de chão,com rolamentos,flexões e abdominais. Foi bem interessante. E seguimos com alguns minutos de alongamento no final. Terminado nosso horário de trabalho, eu e minha amiga Karina Moreira fomos assistir ao ensaio geral do espetáculo da Ana Botafogo e da Companhia Jovem de Ballet do Rio de Janeiro, no Teatro Alfa.  Após um longo congestionamento de 2 horas, conseguimos chegar e matar a saudade de todos os amigos cariocas. Após o ensaio, saímos para jantar  e comemorar meu aniversário que foi dia 24 .(Liana Vasconcelos)

Sábado | Dia 24 de setembro

O elenco de Sechs Tänze em Buenos Aires: palco inclinado
Na Argentina:  Acordei ansioso pela estreia fiquei sabendo que os ingressos estão esgotados . Acho que essa estreia em Buenos Aires será muito importante para todos os bailarinos mas penso que para uma bailarina terá um gostinho especial, minha colega Irupé que dancará em seu país de origem. Vejo que desde a aula ela está vivendo um sonho de estreiar uma peça tão importante em sua terra.  (Norton Fantinel)
NA SPCD:  Nosso dia de sábado passou voando. Antes de começar a aula do Zé, fui surpreendida por um “parabéns pra você” tocado ao piano pela Roseli.  Depois, tivemos aula de contemporâneo com o Jhean. Neste dia ele pegou um pouco mais leve no trabalho de chão, já que estávamos todos doloridos do dia anterior. Acabada a aula, nós fizemos um alongamento rápido e eu segui para o aeroporto de Congonhas, com destino ao Rio de Janeiro, para comemorar meu aniversário com a minha família. (Liana Vasconcelos)


Domingo | Dia 25 de setembro

Norton Fantinel
NA ARGENTINA:  Acordei fui direto almoçar. Estava estava sozinho depois foram chegando mais pessoas, chegou a Beth e logo depois Karina, nossa ensaiadora e Iracity (diretora). Começamos a conversar sobre nossa infância e rimos bastante e eu que não era nenhum santo contei a história de quando eu e meu primo estávamos brincando de fazer uma fogueira indígena, mas havia um detalhe: a fogueira foi embaixo da cama do quarto de minha irmã. Resumindo colocamos fogo no quarto de minha irmã! E essa foi uma de várias histórias de almoço bem divertido. Saindo do hotel fui me preparar para fazer aulas. Fiz meu aquecimento, fiz aula e em seguida tivemos correções do espetáculo do dia anterior . Voltei para o hotel pois sempre gosto de dormir antes de dançar. Cada bailarino na verdade faz seu ritual ou tem a  sua própria maneira de se concentrar antes do espetáculo. Quando voltei ao teatro novamente me aqueci e fui fazer minha maquiagem. No domingo senti o pessoal bem mais relaxado  e  usando a energia de uma forma sensacional. O palco estava iluminado e a plateia amou. Finalizei a noite com um jantar  o lado de meus companheiros da SPCD  e com o feeling de dever cumprido e muito bem, por toda equipe. Não podemos deixar de falar da técnica, produção, direção e bailarinos (desculpe se eu estiver esquecendo de mais alguém)... Uma palavra para descrever nossa turnê para Buenos Aires: SUCESSO! (Norton Fantinel)

sábado, 1 de outubro de 2011

Emoção marca espetáculo no MA

Alunos chegando para o Espetáculo Aberto em São Luis
Apagaram-se as luzes e começou o barulho de água... Era a música de Gnawa, coreografia de Nacho Duato. E a plateia silenciou, porque o espetáculo ia começar. Não era uma plateia qualquer, foram mais de 600  estudantes, de idades variadas (entre 6 e 18 anos),  alunos de balé, amantes da arte e da dança que foram ao Teatro Arthur Azevedo, ontem, dia 30 de setembro, às 15h, para assistirem ao Espetáculo Aberto para Estudantes, da São Paulo Companhia de Dança.


A trilha sonora parecia ter sido feita para ser tocada em São Luís, que tem em sua história (e memória) a presença e participação de franceses, holandeses, portugueses e africanos, além dos nossos índios, cravada em todo o seu pilar. Os bailarinos que se apresentaram em Gnawa, entre eles Beatriz Hack, arrancaram risos e suspiros da plateia, que empolgada, batia palmas entre uma frase coreográfica e outra, entre as entradas e saídas do duo que é apresentado por Renata Bardazzi e Samuel Kavalerski.
No detalhe (lado dir.), banner do BNDES: patrocinador


Durante o pequeno intervalo, Inês Bogéa, uma das diretoras da SPCD, fez uma sensibilização com a plateia e contou com a ajuda das bailarinas Thamiris Prata e Luiza Lopes. Juntas elas criaram um movimento junto com a plateia.  


Seguiu-se então a estreia de Vitor Rocha, em Legend, coreografia de John Cranko, com a já experiente Paula Penachio. Para fechar a tarde, Supernova, *coreografia de Marco Goecke, alemão, e que tem como tema a explosão (e morte) de uma estrela. A plateia aplaudiu a coreografia em muitos momentos. Em seus comentários eles diziam como os bailarinos da SPCD eram incríveis e técnicos. 

ABERTURA - A abertura da atividade educativa foi marcada pela presença do diretor do Teatro Arthur Azevedo, Roberto Brandão; pelo coordenador do Núcleo de Arte-Educação do Teatro Arthur Azevedo, Josué da Luz e por Marlilde de Abreu, Secretária Adjunta de Cultura, do Estado do Maranhão, representado o então Secretário de Cultura, Luís Henrique de Nazaré Bulcão. Entregamos 3 kits, com DVDs, livros, programas e que serão disponibilizados na biblioteca do teatro e do núcleo de arte educação da cidade. 


Todos nos agradeceram, mas o agradecimento e o prazer foi todo nosso, de estarmos próximos de uma plateia tão entregue. Esperamos vocês nos espetáculos de hoje, às 21h.

por Renata Amaral, de São Luis | MA

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Visitas em São Luís | MA

 
                                          Uma das paisagens de São Luis (MA): SPCD na cidade 

Depois de mais de quatro horas de vôo, a equipe da SPCD desembarcou em São Luís, Maranhão, ontem. E quem pensa que eles pararam de trabalhar, se enganou... Inês Bogéa, diretora artística; Luca Baldovino, superintendente de produção, Milton Coatti e Michelle Molina, bailarinos da SPCD, visitaram três escolas da cidade - Escola de Dança Adágio, Espaço Dança Myiam Marques e Centro de Movimento Soraia Lima - para promoverem os espetáculos que faremos.. Para quem ainda não se agendou as apresentações da SPCD são este final de semana, sexta e sábado, às 21h, no Teatro Arthur Azevedo. É a nossa primeira vez em São Luis. Não percam!!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Uma argentina, na Argentina: Irupé Sarmiento

Irupé Sarmiento nasceu em Salta, Argentina, e é uma das solistas São Paulo Companhia de Dança. Ela é a única estrangeira que trabalha na companhia. Irupé começou a dançar aos 10 anos de idade, passou pela Escola de Liliana Biagini, pelo Escola de Dança Contemporânea do Teatro General San Martín, pela School of American Ballet, em Nova York e integrou como bailarina profissional o Ballet Contemporâneo do Teatro General San Martin... Quando ela sobe no palco, impossível não notá-la, ainda mais na interpretação do solo de Prélude à l´apré-midi d´un Faune, de Marie Chouinard. E foi essa peça que ela apresentou no último final de semana em Buenos Aires, Argentina, nos espetáculos da São Paulo Companhia de Dança no FIBA (Festival Internacional de Buenos Aires), no Teatro Presidente Alvear. Para o blog ela fez um diário para que vocês possam saber o que ela sentiu ao "dançar em casa". Confiram abaixo.
Essa semana você ainda confere aqui o que aconteceu na sede SPCD na última semana com um post da bailarina Liana Vasconcelos e outro ddo bailarino Norton Fantinel, com mais histórias de Buenos Aires.
Irupé Sarmiento em ensaio de Prélude à l´Aprè-midi d'un Faune, com o Cristiano Pedott,
 iluminador, que ela cita em seu texto abaixo. Foto: Acervo SPCD



 
Por Irupé Sarmiento
QUINTA-FEIRA | Dia 22 de setembro
“A viagem começou com muita ansiedade. Voltar para a cidade onde iniciei a minha carreira profissional e dançar no teatro que dancei pela última vez última vez antes de sair do meu país era muita emoção. Obviamente que na noite anterior não consegui dormir nada, os pensamentos e lembranças se amontovavam n a minha cabeça, provocando diferentes emoções. Finalmente depois do que para mim foi uma eternidade de viagem, chegamos a Buenos Aires. A cidade que nos esperava estava fria, fazendo-me lembrar dos velhos invernos e de tomar um café quentinho... Na chegada do hotel na avenida Corrientes (famosa por localizar a maior parte dos teatros da cidade) uma surpresa maravilhosa. Minha irmã estava esperando a por mim! Fizemos o check-in rapidinho e fomos passear como turista na cidade onde morei mais de nove anos”.


SEXTA-FEIRA | Dia 23 de setembro
“Chegou o dia da primeira aula e ensaio no palco do Teatro Presidente Alvear. O palco tinha muito declive e foi difícil para a gente se acostumar. O corpo lutava entre o costume e ao mesmo tempo com a dificuldade de quem não estava mais acostumado a dançar ali. E assim foi durante o primeiro ensaio corrido. Meu Deus. Instabilidade, resumindo: medo. Por favor, preciso de mais ensaio”.


SÁBADO | Dia 24 de setembro
“Acordei um pouco mais calma, já que passei a noite toda pensando o que devia fazer para não cair para frente (adutores e cruzar pernas!).  O ensaio foi muito melhor me senti mais segura. Fizemos duas passadas para ficar que eu e o Cris (iluminador) ficássemos mais familiarizados com a luz para o espetáculo. Eu já estava bem tranquila. Fiz a maquiagem, coloquei o figurino, fiz os exercícios de aquecimento do Fauno (o balé que danço) e fiquei escutando a música. Subi as escadas para o palco e fiquei caminando em no palco para sentir o declive e as luzes. O intervalo terminou. A cortina subiu e o fauno finalmente ficou livre. Foi uma viagem maravilhosa cheia de alegria, frustação, fúria. O fauno estava finalmente em seu lugar! O publico foi incrível, os aplausos muito calorosos e renovadores. Estava novamente em casa com minha arte! A noite terminou junto da minha família e amigos em um reencontro único! Felicidade e mais felicidade”.
DOMINGO | Dia 25 de setembro
“Nossa viagem estava chegando ao final. Passou muito rápido. Fizemos aula e correções do espectáculo e começamos a nos preparar novamente para a apresentação. Foi novamente uma experiência única, novas sensações e cores. Como gosto de fazer esta peça! A Companhia foi recebida e despedida com aplausos, desejos de volta e um público maravilhoso que fico feliz que assistiram uma companhia com o nível da nossa. Um orgulho ser parte do elenco da SPCD. Minha nova família. Termine a viagem com um jantar lindo ao lado da minha família e de ali a fazer as malas e esperar a volta”. 

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Paula Penachio por Marcelo Gomes


Paula Penachio e Marcelo Gomes no palco do Teatro Alfa: cumplicidade e técnica  | Crédito: Wilian Aguiar

“Paula é uma bailarina estupenda. Dançar com ela é fácil, é um prazer. Apesar de muito jovem, tem maturidade para encontrar os olhos do partner. Tivemos uma grande sintonia. Raramente vou a uma companhia em que, no primeiro ensaio tenho a certeza de que já podemos dançar no palco no dia seguinte. A São Paulo Companhia de Dança me inspirou a ser um artista melhor. O relacionamento foi agradável com todos. A direção é ótima. Foi um período excelente de trabalho”.

Marcelo Gomes | é primeiro bailarino do American Ballet Theatre e foi bailarino convidado da temporada da São Paulo Companhia de Dança no Teatro Alfa para a apresentação de Tchaikovsky Pas Deux, de George Balachine

transcrição de Gisele Silva de São Paulo

terça-feira, 30 de agosto de 2011

A emoção de dançar Supernova...


Nielson Souza em Supernova
Foto: Wilian Aguiar

Um misto de sentimentos moveu os bailarinos de Supernova no ultimo dia da apresentação da temporada no Teatro Alfa. Ansiedade, nervosismo, angustia, porém algumas sensações se tornam comum a todos, felicidade, satisfação e emoção. No terceiro dia todos estavam mais calmos. “Não foi tão cansativo quanto imaginei, e hoje, diferente do primeiro dia, estou bem tranqüilo. Trabalhar com o Giovanni foi incrível” diz Nielson Souza. A interação dos bailarinos em Supernova é perfeita, a rapidez com que aqueles movimentos acontecem faz da obra de Goecke, algo agradável e intrigante. “O que me deixou mais nervosa foi a velocidade dessa coreografia, cheguei a achar que seria impossível, mas deu tudo certo, o trabalho ficou maravilhoso”, comenta com um sorriso no rosto, a bailarina Ana Paula Camargo.

“Devemos agradecer o Giovanni, que nos deixou muito a vontade, além de respeitar o tempo e limites de cada um. Foi tudo simplesmente maravilhoso, sem explicação”, conta Rafael Gomes. A estreia da obra remontada pelo italiano Giovanni di Palma foi um sucesso. Os 13 bailarinos que compõem o elenco sentiram-se realizados e foram unanimes ao dizer que essa é uma coreografia que mesmo trazendo grandes obstáculos, principalmente físicos, trouxe ao mesmo tempo um grande contentamento. “Foi uma das melhores obras que já dancei muito agradável, gosto da sensação de nervosismo e da dificuldade que nos trouxe”, completa Fabiana Ikehara.

(por Marina Sakovic, de São Paulo)


Marcelo Gomes na SPCD

Marcelo Gomes e Paula Penachio em ensaio de Tchaikovsky Pas de Deux | George Balanchine © 2009 | The George Balanchine Trust | Foto: Wilian Aguiar
O segundo dia de apresentações da temporada 2011 no Teatro Alfa da São Paulo Companhia de Dança foi repleto de emoção e aplausos. A noite de sábado levou cerca de 800 pessoas ao Alfa e todos puderam assistir a participação de Marcelo Gomes, em Tchaikovsky Pas de Deux, de George Balanchine. Marcelo é primeiro bailarino do American Ballet Theatre (NY), uma das mais importantes companhias de dança do mundo, desde 2002. “Dançar no Brasil é diferente de tudo, pois é como se eu dançasse pela primeira vez para a minha família. O frio na barriga aumenta. Minha mãe veio de Manaus, meu irmão, do Rio de Janeiro. A cobrança para que eu faça tudo certo é maior, porque quero fazer o meu melhor para eles”, comenta. Marcelo se apresentou nos dias 26 e 27 de agosto, com Paula Penachio, bailarina da São Paulo, há três anos. Para ela, a sintonia entre eles foi instantânea. “No primeiro dia de ensaio sentimos que não precisaríamos de muitos outros. Nos entendemos bem. Foi melhor do que eu esperava. Eu estava ansiosa para entrar no palco, porque dançar com ele era algo que eu queria fazer”, afirma.

por Gisele Silva, de São Paulo

Emoção da estreia

Nielson Souza e Ana Paula Camargo em Supernova
Foto: Wilian Aguiar
Plateia em silêncio, a cortina se abre, acendem as luzes, e na coxia estão eles vivendo uma sensação que mistura medo, angustia, e felicidade. É exatamente isso que os bailarinos da SPCD sentiram na estreia da segunda temporada de 2011 no Teatro Alfa, no último final de semana, quando estrearam Supernova, do alemão Marco Goeke, remontada para a Companhia por Giovanni Di Palma.
Segundo o bailarino Nielson Souza ao por os pés no palco, a ansiedade se transforma em uma força que faz com que tudo dê certo. “A ansiedade é inevitável, mas com o decorrer do balé a gente vai reconhecendo o palco, os movimentos, e vai se acalmando”, diz Souza. Para ele o nervosismo da estreia só passa ao final da coreografia. “Quando a gente está preparado para curtir o espetáculo, ele acaba”, completa. O bailarino confessa que na estreia (sexta-feira, dia 26) estava calmo e afirmou que esta montagem foi a mais fácil que já fez. “Estou tranquilo, meu corpo se adequou muito bem aos movimentos, essa coreografia é muito ‘minha’, mas não tem como saber se na hora que a cortina se abrir meu coração não vai saltar pela boca”, finaliza.
Já para a bailarina Ana Paula Camargo o momento da estreia é de muita aflição. “Fico nervosa, mas tento me controlar”, diz ela, que ao contrario de seu colega, sentiu dificuldade para aprender os novos passos. “Foi difícil. Os movimentos são muito rápidos e secos, mas agora é muito bom de fazer”, acrescenta Ana, que acredita que todo o nervosismo vem do fato da estreia ser algo ainda não vivido, porém, ela diz que essa sensação se torna algo “gostoso quando o bailarino sabe o que fazer no palco”. “Quando a gente sabe o que fazer, a ansiedade virá algo bom”, finaliza.

SUPERNOVA – A coreografia foi inspirada pela música de Antony & The Johnsons e pelo fenômeno astronômico das supernovas - estrelas que explodem e brilham no espaço por algum tempo – Marco Goecke criou esta obra em 2009 para a Scapino Ballet Rotterdam. Supernova é uma obra de contrates, na qual morte e vida, escuro e claro, estão ligadas pela energia de cada corpo. Os bailarinos aparecem e desaparecem do palco misteriosamente e a movimentação é marcada por sequências muito rápidas, precisas e controladas que fazem os corpos vibrarem. Para Goecke, cada movimento pode acontecer somente uma vez. "Você pode fazê-lo cada vez mais rápido, então dificilmente ele vai existir no final". A São Paulo Companhia de Dança é a primeira companhia no Brasil a dançar uma obra de Goecke.

por Murilo Rocha, de São Paulo

sábado, 20 de agosto de 2011

A dança, o tempo e o ensaio


Público chegando para a palestra
Realizada na sede da São Paulo Companhia de Dança, na manhã de sábado (13/08/11), a Palestra com o Professor, ministrada por Inês Bogéa, diretora da SPCD, para os interessados na arte e no movimento, teve como tema “A Dança no Tempo”, que tem o objetivo situar a dança em diversos momentos históricos, além de falar sobre sua evolução. Veja mais sobre os Programas Educativos e de Formação de Plateia clicando aqui.
“A dança cênica e a clássica surgem no Renascimento, em ambiente político. A dança cênica fala sobre as relações de poder” explica a diretora. O Rei Luis XIV, mais conhecido como Rei Sol, foi um dos ícones desses estilos, criando a Académie Royale de Danse (Academia Real de Dança), sendo Pierre Beauchamps (1636 - 1705), criador das cinco posições dos pés, seu professor. Na época do Romantismo, a mulher passa a desenvolver o papel principal no balé. “O homem vinha desenvolvendo uma técnica, de forma virtuosa, depois a mulher passa a ser atenção” comenta Inês. O maior símbolo do Balé Romântico é a obra Giselle, de Jean Coralli e Jules Perrot.
Isadora Duncan (1877 - 1927) é percussora na dança moderna, que vêm com intenção de rejeitar o estilo clássico. Os movimentos são livres e expressivos, cria-se uma possibilidade de amplitude, além de falar do que acontece no interior do homem. Já a dança contemporânea é criada no inicio do século XX, se difere por não haver uma história que siga uma sequência lógica, é marcada por gestos do dia a dia e busca transformar o que é familiar em algo curioso.
ENSAIO | Além de participar da Palestra, o público teve também a oportunidade de assistir aos ensaios da Temporada de Dança do Teatro Alfa. Um grupo de aproximadamente 40 pessoas assistiu Supernova, obra do alemão Marco Goecke, remontada pelo italiano Giovanni di Palma. O grupo observava atentamente os movimentos dos 7 bailarinos. Mariangela Lopes, professora de dança do SESI São Carlos, define a obra como inovadora, “é algo que nos permite pensar a dança de uma forma mais ampla, além de testar os limites corporais dos bailarinos”.
Observação na sala de ensaio da SPCD: ver a dança de perto
Professora de artes em Sorocaba, Lucilene Tózi achou magnífico o modo como são trabalhados os movimentos nessa coreografia “o lance da interação e não interação, da aproximação e da maneira como se repelem, faz de Supernova um balé extremamente intenso”. O aluno de dança Weslei Rodrigues conta que o que mais chamou atenção na obra de Goecke foi a utilização da pantomima, onde os bailarinos se utilizam de movimentos próximos a mímica para expressar os sentimentos. “Nessa obra tudo têm significado, eles passam uma necessidade de brilhar, cada bailarino de sua maneira, todos demonstrando agitação e uma forte energia”.
ESTREIA | A estreia de Supernova, de Marco Goecke, está marcada para o dia 26 de agosto. Outra novidade também na segunda temporada da SPCD em 2011, é a participação do brasileiro Marcelo Gomes, primeiro bailarino do American Ballet Theatre, que dançará Tchaikovsky Pas de Deux, de George Balanchine, nos dias 26 e 27, ao lado de Paula Penachi, bailarina da SPCD. Inquieto, de Henrique Rodovalho e Legend, de John Cranko também serão apresentadas. As quatro obras estarão em cartaz entre os dias 26 a 28, no Teatro Alfa.
(rua Bento Branco de Andrade Filho, 722 - Santo Amaro). Ingressos pelo http://www.ingressorapido.com.br/

por Marina Sakovic | de São Paulo

Figuras da Dança 2011


Ana Botafogo na gravação de Figuras da Dança
Se você perdeu... agora terá que esperar até o ano que vem. A São Paulo Companhia de Dança terminou mais uma gravação da série Figuras da Dança, concebida por Inês Bogéa e Iracity Cardoso, em parceria com a Fundação Padre Anchieta. O projeto tem como objetivo principal conservar a historia da dança brasileira com depoimentos de importantes personalidades no cenário da dança nacional.
Em 2011 o Figuras da Dança homenageou duas importantes bailarinas que mostram as diferentes vertentes da dança. A primeira, Célia Gouvêa, revela o lado político e crítico da dança contemporânea. Célia se diz uma pioneira, uma mulher cheia de projetos, uma criadora. Em seu depoimento diz ‘querer fazer buracos no céu’, se referindo a sua eterna luta para a preservação e valorização da historia da dança em nosso país.
A segunda foi Ana Botafogo, ícone do balé clássico no Brasil. Ana mostra o lado romântico e belo da dança, mas conta, também, todas as dificuldades de uma bailarina brasileira na Europa e como se tornou este grande nome na dança. Neste ano, Ana comemora trinta anos como primeira bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. “O sonho da minha vida”, segundo ela.
Iracity Cardoso, Célia Gouvêa e Inês Bogéa
Os depoimentos foram gravados no Auditório Franco Zampari, nos dias 26 de
maio (Célia) e 12 de julho (Ana) e tiveram entrada gratuita. Os documentários, que tem direção de Inês Bogéa, serão veiculados pela TV Cultura em outubro. A série Figuras da Dança está na sua quarta edição e já conta com dezessete documentários.

Saiba mais sobre o projeto acessando o site da companhia

por Murilo Rocha e Silva | de São Paulo

segunda-feira, 25 de julho de 2011

SPCD lota Theatro Municipal de São Paulo

Foi com a casa lotada e ingressos esgotados, que a São Paulo Companhia de Dança subiu ao palco do Theatro Municipal de São Paulo, pela primeira vez, nos dias 20 e 21 de julho. A Companhia, criada pelo Governo do Estado de São Paulo, em 2008 e dirigida por Iracity Cardoso e Inês Bogéa, apresentou quatro coreografias: Serenade, de George Balanchine; Gnawa, de Nacho Duato; Prélude à l´aprés-midi d´un Faune, de Marie Chouinard e Sechs Tänze, de Jíri Kylián.

“Foi primeira vez que nos apresentamos nesse templo da dança paulista. Estar no TMSP une a força do passado, a alegria do presente e aponta para a renovação de um futuro promissor. Para o artista, dançar neste palco é algo simbólico e nos torna mais parte desta cidade, ainda mais que integramos uma semana totalmente dedicada à dança.”, fala Inês Bogéa. Para Iracity Cardoso participar das comemorações dos cem anos do TMSP foi um grande privilégio. “É um voltar para casa, pois comecei a minha carreira lá, como aluna da Escola Municipal de Bailado. É uma maravilha dançarmos nesta casa de espetáculos que tem um público cativo e sempre prestigia as artes”, completa.

OLHARES – “Eu nunca tinha estado no Theatro Municipal de São Paulo. E ter entrado lá para dançar, pela primeira vez, foi uma grande emoção”, fala o bailarino Rafael Gomes. “Confesso que fiquei nervoso, mas a sensação de olhar aquela plateia lotada foi maravilhosa”, completa. Para a bailarina Ana Paula Camargo estar no palco do TMSP foi um momento histórico. “Também foi a minha primeira vez. Existia uma grande expectativa e sentir aquela magia, aquele sentimento das artes no espaço foi incrível”, conta.

por Marcela Benvegnu, de São Paulo

domingo, 17 de julho de 2011

Pelo olhar das imagens

Chegamos de viagem há alguns dias e a correria deixou a gente longe do blog. Já dançamos em Jaú e agora nos preparamos para subir ao palco do Teatro Municipal de São Paulo pela primeira vez, nos dias 20 e 21, (quarta e quinta-feira), às 21h. A apresentação faz parte das comemorações no centenário do Teatro. Ah! Também tivemos o Figuras da Dança da Ana Botafogo, no dia 12, no auditório do Teatro Franco Zampari. Vocês vão conferir tudo por aqui, mas antes temos que voltar para Alemanha e para as prometidas imagens do que também rolou por lá.




Olha aí... um iphone da produção da SPCD que na coxia cronometrava também a música de Serenade, de George Balanchine. Muitos nem imaginam que a técnica, por trás dos bastidores, também fica apreensiva, o resultado do espetáculo ali na caixa cênica depende muito do trabalho dessa turma. Abrir e fechar cortinas, soltar a música na hora certa, fazer a mudança de cenários na hora correta, montar, desmontar, ver se tudo está funcionando, antes e durante o espetáculo, desmontar, afinar luzes...  




A sala de balé que a São Paulo Companhia de Dança fez aulas e também ensaiou em Baden-Baden ficava no terceiro andar do Teatro. Esse foi o primeiro lugar que a gente realmente conheceu... No primeiro dia aula e ensaios, no segundo dia aulas, porque os ensaios já estavam sendo no palco, terceiro dia aquecimento...  Foi nessa sala que também aconteceram as audições para bailarinos brasileiros lá. Essa parte você acompanhou aqui, no blog.






Aqui ao lado é uma das placas do camarim nas meninas que dançam Sechs Tanze, do Jíri Kylián. Aí está escrito Six Dances (Seis Danças). É a mesma coisa, porém a SPCD sempre usa os títulos originais das coreografias. Nos nossos programas, por exemplo, você vai ver Sechs Tanze.





Marcela Benvegnu

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Torcida organizada

Parte do time SPCD que ficou em São Paulo

Esse é o nosso primeiro post, pós temporada em Baden-Baden. Durante esta semana e a outra você ainda confere muito sobre o que rolou por lá em posts especiais. 
Mas e por aqui? O que estava acontecendo? Na sexta-feira, dia 1 de julho, dia da estreia da SPCD em Baden-Baden, recebemos um e-mail de MERDA (essa é a palavra usada pelos artistas para desejarem boa sorte uns aos outros em espetáculos) da equipe da SPCD que ficou em São Paulo. Eles estavam super ansiosos para saberem das novidades.
Vocês estavam com a gente lá!
                A-D-O-R-A-M-O-S! Obrigada! 

por Marcela Benvegnu

domingo, 3 de julho de 2011

Fim de um novo começo...

Parte do time SPCD em Baden-Baden
... Foram três dias corridos. De um tempo de puro de prazer, no qual os aplausos da plateia nos fizeram perceber o quanto foi especial, o quanto os ensaios valeram a pena, como a correria teve sabor de vitória, a ansiedade se transformou em segurança e, sobretudo, como dançamos a vida no palco.  Com  a sensação de missão cumprida termina aqui primeira temporada da SPCD na Europa. Durante a semana, posts com vídeos e fotos especiais de outros momentos vividos (e dançados) aqui.

Agora? Um brinde a SPCD.

(por Marcela Benvegnu | da Alemanha)

Visita ilustre: cônsul geral do Brasil em Frankfurt

Iracity Cardoso, Inês Bogéa, Cézar Amaral e Maria Lídia
Hoje, domingo, na plateia da última apresentação da SPCD aqui em Baden-Baden recebemos um convidado ilustre, o cônsul geral do Brasil em Frankfurt, o embaixador Cézar Augusto de Souza Lima Amaral e sua esposa, Maria Lídia Viana Coelho Amaral. Confira a foto ao lado das diretoras da SPCD.


por Marcela Benvegnu, da Alemanha

Antes de entrar em cena...

Cissa e Fabiana Ikehara: antes de dançar Serenade


... muitos bailarinos tem um ritual: passar na sala da Cissa Santini, a terapeuta corporal da São Paulo Companhia de Dança. Ela conhece as singularidades de cada corpo e pode trabalhar para um melhor desenvolvimento, seja com acupuntura ou massagem holística. "Eu sempre estou perto para que eles se sintam mais seguros se acontecer alguma coisa. Por conta da adrenalina muitos acabam tensionando mais os pés e ombros e é preciso relaxar o corpo", diz.
por Marcela Benvegnu, da Alemanha


Audição | Temporada 2012


Bailarina na audição de hoje


Eles chegaram cedo. Vieram de trem. De avião. Foram sete bailarinos que se inscreveram para a audição da São Paulo Companhia de Dança na Alemanha. Desses, somente cinco compareceram hoje ao teatro para a aula de balé clássico, seguida de frases do repertório da SPCD. A banca era composta pelos ensaiadores da SPCD (Karina Mendes, Daniela Stasi e Bóris Storojkov), pela terapeuta corporal (Cissa Santini) e claro, pelas diretoras da SPCD, Iracity Cardoso e Inês Bogéa. Dos cinco presentes nenhum, neste momento, se encaixa no perfil dos intérpretes da São Paulo Companhia de Dança. No final do ano, audições em São Paulo. Preparem as sapatilhas. 



por Marcela Benvegnu, da Alemanha

sábado, 2 de julho de 2011

Sechs Tanze: 10 minutos de aplauso!

O público que lota o Teatro em Baden-Baden


Norton Fantinel e Michelle Molina



O segundo espetáculo da São Paulo Companhia de Dança aqui em Baden-Baden acabou de terminar. São 21h50. A última coreografia Sechs Tanze, de Jíri Kylián tomou conta do espaço. Foram exatos DEZ minutos de aplausos. Sim DEZ. Marcamos no relógio. As cortinas se abriram e fecharam três vezes. Nas palavras de Michelle Molina, que acabou de sair do palco: "É inacreditável o que a gente sente".





por Marcela Benvegnu, da Alemanha

Mais tranquilidade no segundo dia...

Estreia sempre tem nervosismo. Frio na barriga. Ansiedade. Detalhes. Ajustes. Coisas que queríamos que fosse de uma forma e tem que ser de outra. Corrida contra o tempo. Se isso um dia não existir mais, talvez, a experiência da cena não tenha tanta graça. Depois de subir no palco pela primeira vez e descobrir como ele é grande e pode se tornar pequeno com você ali, os bailarinos relaxam... dançam. 
Yoshi, Nielson, Rafael e Irupé, antes de Os Duplos: tranquilidade no palco

"Esse palco enorme me prova como posso ser livre no palco. Hoje estou tranquila, a energia vai fluir", fala Irupé Sarmiento. "Ontem eu estava elétrico. A reação do público com as obras foi surpreendente e mexeu comigo", fala Yoshi Suzuki. Se Nielson Souza sempre fica nervoso antes de uma apresentação, hoje isso é um pouco diferente. "Estou até achando estranho que não estou tenso", diz. "Estou tranquilo. Essa temporada tem um brilho a mais para mim que já dancei em diversos países. É a primeira vez da São Paulo Companhia de Dança aqui. E o esforço de toda equipe, bailarinos, direção, técnica, valeu a pena. Estou feliz", completa Rafael Gomes. 

Agora 21h15. No palco: Os Duplos. 

por Marcela Benvengu, da Alemanha

Emoção: palavra da vez

Karina e Norton: emoção no palco
O significado de emoção no dicionário Aurélio (Abalo moral ou afetivo; perturbação, geralmente passageira, provocada por algum fato que afeta o nosso espírito (boa ou má notícia, surpresa, perigo): a homenagem causou-lhe grande emoção) se torna pequeno perto do que o corpo dos bailarinos da São Paulo Companhia de Dança experimentaram (e estão vivenciando) na Europa). As palavras ficam pequenas porque é o corpo que sente, vive, experimenta. 

Para Norton Fantinel, que ficou cinco anos dançando em companhias no exterior, a primeira experiência da SPCD na Europa superou tudo o que ele já tinha vivido lá fora. "O que vivemos foi fora do normal. As pessoas pedindo autógrafos ao final do espetáculo. Não estamos acostumados com isso. É uma emoção enorme", disse Norton. "Aqui somos todos brasileiros. Uma companhia toda. E isso é muito diferente e especial para mim. Dançar aqui foi emocionante", fala Karina Moreira que também dançava no exterior até integrar o elenco da SPCD este ano. 

Agora no palco: Os Duplos. São 21h. 

(por Marcela Benvegnu, da Alemanha) 

Pela primeira vez no exterior...

Ammanda, Juliana, Liana e Roberta depois de Serendade, de Balanchine
 ... Ammanda Rosa e Roberta Bussoni, bailarinas da SPCD nunca tinham viajado para o exterior. A estreia delas da Europa também foi a estreia da SPCD nesses palcos. "Eu jamais imaginei dançar na Europa antes", fala Ammanda. E Roberta, que tem pavor de avião, teve que enfrentar 11 horas dentro de um deles para chegar até aqui. "Valeu a pena. Aqui somos internacionais para eles, como eles são para a gente. É diferente".

Juliana Leonel e Liana Vasconcellos já dançaram no exterior e esse ano entraram para o elenco da SPCD. Apesar de acostumadas aos ares europeus, a sensação de estrear aqui com a Companhia, foi diferente. "A energia desse palco é fantástica. Ele é enorme", fala Liana. "O público é muito receptivo e isso faz com que a gente se sinta muito bem. Eles respiram dança com a gente", completa Juliana.

Serenade terminou há 10 minutos. Mas as meninas tiveram tempo para falar para o blog. 

Daqui a pouco: Os Duplos.

por Marcela Benvegnu, da Alemanha

E os alemães dançam!

Iracity Cardoso e Inês Bogéa: aquencendo o público antes do espetáculo

Para termos um comparativo, foi quase uma Palestra com o Professor, projeto da SPCD que traz a dança mais perto do público....

Sim, Iracity Cardoso e Inês Bogéa, diretoras da São Paulo Companhia de Dança tiveram agora pouco (às 18h) um encontro com mais de 100 pessoas para contarem um pouco sobre a história da  SPCD  e o repertório que será apresentado nesta segunda noite de espetáculos. Nesse exato momento (aqui são 19h10) Polígono, está em cena. A ação foi comandado por Andreas Mölich-Zebhauser, o diretor do teatro e o encontro durou 20 minutos. 

Iracity contou que a SPCD foi criada em 2008, pelo Governo do Estado de São Paulo e depois explanou sobre os projetos educativos e de formação de plateia da Companhia. Na sequência, falou-se sobre o repertório e Andreas salientou a particularidade dos corpos da SPCD em fazerem Serenade, de George Balanchine. "Eles tem técnica, suavidade. Se vocês já viram o Mariinsky ou o NYCB irão se surpreender, porque a SPCD faz melhor". 

Então daqui a pouco no palco... Serenade. 

por Marcela Benvegnu, da Alemanha